Mercado Público registra aglomeração na véspera da Sexta-Feira Santa

Movimento se manteve acentuado mesmo com orientações sobre pandemia de coronavírus. Nas imediações, indígenas vendiam cestas de Páscoa

Foto: Mauro Schaefer/CP

Na véspera da Sexta-Feira Santa, o movimento no Mercado Público se manteve acentuado, nesta quinta-feira, durante todo dia. Longas filas se formaram do lado de fora, uma vez que a prefeitura limitou o acesso à entrada pela Praça XV de Novembro em função da pandemia do novo coronavírus.

Mesmo com todas as orientações das autoridades de saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar aglomerações, centenas de pessoas – a maioria sem máscaras de proteção – encararam uma espera de até meia hora para ingressar no Mercado. Muitas sequer respeitando distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as pessoas.

Apesar da presença de agentes de fiscalização da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE), o que se viu foram idosos, crianças acompanhadas dos pais e grupos com até três pessoas aguardando a vez de ingressar. Do outro lado, na Júlio de Castilhos, outra fila se formou e se estendeu até a avenida Borges de Medeiros. A fila era exclusiva para compra de peixe em uma casa especializada.

Agente de fiscalização da SMDE, Antônio Carlos Amadori explica que o período da manhã teve o movimento mais intenso. Mais de 200 pessoas formaram fila na Praça XV. Ele relata que em média cada cliente levou de 15 a 20 minutos para entrar.

Procuradas pela reportagem, a Vigilância Sanitária e a direção do Mercado Público não se manifestaram. Em nota, os permissionários do Mercado Público garantem que seguem as regras estabelecidas para o período.

Indígenas vendem produtos no Centro de Porto Alegre

Foto: Mauro Schaefer/CP

Próximo do Largo Glênio Peres, índios caingangues ocuparam as calçadas do Centro Histórico, na rua dos Andradas com a avenida Borges de Medeiros, para comercializar cestas de Páscoa. Apesar de não receber nenhuma orientação das autoridades, os vendedores se distribuíram na região com distanciamento recomendado para evitar aglomerações.

Clarines Sales, de 38 anos, que mora no Morro do Osso, na Tristeza, deixou o isolamento social e as recomendações para permanecer em casa porque precisa trabalhar para garantir o sustento da família. De acordo com ela, 38 famílias da tribo, instalada na zona Sul, vêm passando dificuldades.