Bolsonaro espera retomada de atividades no País em até quatro meses

Para presidente, pessoas com "menos de 40 anos" podem voltar a trabalhar

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira, que espera a normalização das atividades do país em menos de “três ou quatro” meses, para não haver, segundo ele, uma complicação no cenário econômico. Ao citar os gastos de cerca de R$ 600 bilhões para programas de combate à pandemia do novo coronavírus e manutenção de empregos e renda das empresas, o presidente comparou a situação às margens de um rio após a destruição de uma ponte.

“Estamos com esses R$ 600 bilhões mantendo a comunicação com as duas margens do rio, só que temos um limite, acredito que três meses ou quatro meses fica complicado, então a gente espera que as atividades voltem antes disso”, afirmou durante a live semanal transmitida pelo Facebook.

Bolsonaro voltou a defender o fim do isolamento social amplo para pessoas de fora dos grupos de risco da Covid-19, integrado pelos idosos e pessoas com doença crônica. “Por mim, quem tem menos de 40 anos já estaria trabalhando, porque nós deveríamos, no meu entender, partir para o isolamento vertical”, disse.

O presidente lembrou decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que assegurou a autonomia de governos estaduais e prefeituras para determinar medidas de fechamento de comércio e isolamento social, e disse que quem se sente prejudicado por essas decisões deve cobrar dos prefeitos e governadores. Ainda de acordo com o presidente, no entanto, alguns estados e cidades já vem retomando as atividades, como ele defende.

“Eu tenho certeza que brevemente isso tudo estará resolvido. Tenho notícias que alguns governadores, alguns prefeitos também, [em] cidades que não tem ninguém detectado com o vírus, está sendo liberado [o comércio] pelo respectivo governador”, afirmou.

Vídeo vazado

Durante a live, porém, Bolsonaro se recusou a comentar a conversa entre o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS). No áudio vazado pela CNN Brasil, os dois discutem a eventual demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em meio à crise do novo coronavírus.

“Paciente troca de médico”

Mais uma vez, o presidente mandou um recado ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Em referência à fala do chefe da Pasta, que declarou “não abandonar pacientes”, Bolsonaro respondeu: “Paciente troca de médico”. Os dois seguem com divergências, e o atrito ficou evidente durante a semana. No entanto, Mandetta segue no cargo.

Balanço

O número de mortes decorrentes do novo coronavírus totalizou 941, segundo atualização divulgada pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira. Ao todo, o Brasil registrou mais 141 mortes e 1.930 casos da doença, em 24 horas.