Diretor da OMS revela ameaças de morte e ataques de cunho racista

Na dianteira da resposta mundial à pandemia de coronavírus há três meses, Tedros Adhanom revelou que vem sendo atacado

Foto: José Cruz / Agência Brasil

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, revelou nesta quarta-feira que nos últimos três meses, período durante o qual a entidade liderou o combate global ao novo coronavírus, recebeu ameaças de morte e ataques de diversos tipos, incluindo de conotação racista.

“Há três meses tenho sofrido ataques pessoais, alguns racistas, e, para ser honesto, estou orgulhoso de minha cor. Recebi até ameaças de morte, mas não me importo. Porque me importaria de ser atacado se as pessoas estão morrendo? Estamos perdendo vidas a cada minuto”, disse o dirigente etíope.

Microbiologista e ex-ministro da Saúde e das Relações Exteriores da Etiópia, o chefe da OMS afirmou que um dos primeiros ataques veio de Taiwan, e que o governo, no auge da crise do coronavírus na Ásia, não se distanciou dessas intimidações.

Ataques e intimidação

Em entrevista coletiva virtual e acompanhado por dois dirigentes do grupo que coordena a resposta da OMS à pandemia, o diretor-geral afirmou que, embora não dê atenção aos ataques, sente grande tristeza quando eles se dirigem contra o povo ou o continente africano.

Tedros Adhanom acrescentou que a missão da OMS não é política, mas de “cuidar dos pobres e vulneráveis” em meio à crise provocada pelo coronavírus.

“A OMS fará o seu melhor para não lamentar nada, mas pelo caminho cometeremos erros, como qualquer ser humano”, disse, ressaltando que existem e existirão avaliações das medidas e erros que a organização possa ter cometido.