Após morte de enfermeira do GHC, Coren-RS diz que perda de profissionais preocupa em meio à pandemia

Conselho de Enfermagem do RS alerta para proteção de profissionais da saúde que estão no grupo de risco

Diretor do Grupo Hospitalar Conceição falou do uso de EPIs em entrevista à Rádio Guaíba | Foto:Divulgação/Setor Saúde/FEHOSUL
Foto: Divulgação/Setor Saúde/FEHOSUL

O presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS), Daniel Menezes de Souza, disse em entrevista à Rádio Guaíba na manhã desta quarta-feira que as instituições de saúde e governantes precisam estar atentos à situação dos profissionais de saúde que estão na linha de frente no atendimento a pacientes e no combate ao novo coronavírus. O alerta acontece após a morte, na noite passada, por Covid-19, da técnica em enfermagem do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Mara Rúbia Cáceres, de 44 anos.

Moradora de Alvorada, Mara trabalhava no setor de Emergência do Hospital Conceição e estava em internada desde o dia 31 de março. A técnica em enfermagem é a primeira servidora de um hospital de referência para o tratamento da doença no Rio Grande do Sul a falecer em decorrência do coronavírus. Segundo informações repassadas pela Associação de Servidores do GHC, ela era portadora de asma, entre outras comorbidades.

O presidente do Coren-RS lembrou que o conselho fez contato com todos os responsáveis técnicos cobrando a apresentação dos planos de contingência e capacitação dos profissionais antes mesmo da pandemia chegar ao Estado. “Nesse sentido o que a gente está apelando que os empregadores e governantes analisem duas situações: primeiro que tenhamos testes para todos os profissionais de linha de frente para evitar que eles levem pra casa o vírus além de contaminar o ambiente hospitalar; e que avaliem, de forma criteriosa, o afastamento dos profissionais que compõem o grupo de risco”, afirma.

Daniel Menezes de Souza ressalta que os profissionais de saúde são fundamentais nesse momento. Entretanto, é necessário protegê-los para que as instituições não comecem a apresentar “perda de profissionais” em decorrência da doença. “A gente sabe que é delicado porque a força de trabalho é necessária nesse momento. Se não cuidarmos de uma forma adequada e proteger, logo não vamos ter o quantitativo suficiente de profissionais para atender a população”, declara.

Ainda de acordo com o Coren-RS, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal são os locais com os maiores números de afastamento de profissionais da saúde em razão de contaminação do vírus.

Em nota, o Grupo Hospitalar Conceição afirma que vem desde janeiro deste ano desenvolvendo um plano de contingência, treinando equipes, realizando adaptações de processos internos de trabalho, afastando empregados, renovando o quadro de pessoal e adquirindo insumos para dar condições ao atendimento dos pacientes e segurança dos empregados. O posicionamento da instituição também informa que a técnica em enfermagem, Mara Rúbia Silva Cáceres, trabalhava na instituição desde 2014 e desenvolvia suas atividades em local de atendimento geral, utilizando todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) recomendados.  

Confira a íntegra da nota do GHC: