Com 75% dos leitos ocupados, POA deve manter isolamento ampliado

Porto Alegre tem 560 leitos de UTI no Sistema Único de Saúde; Prefeitura trabalha para atrasar pico da pandemia para junho.

Centro de referência no combate ao coronavírus em Porto Alegre, Hospital de Clínicas é um dos que oferece leitos de UTI na cidade | Foto: Clóvis S. Prates/Hospital de Clínicas
Foto: Clóvis S. Prates/Hospital de Clínicas

O município de Porto Alegre não se enquadra nas porcentagens estabelecidas pelo Ministério da Saúde para entrar em isolamento seletivo. A categoria é mais leve em comparação ao isolamento ampliado, quando todas as pessoas devem cumprir regras de afastamento social. Para flexibilizar as normas, restringindo as atividades apenas para quem está em grupos de risco da Covid-19, um estado ou cidade deve ter menos de 50% dos leitos ocupados.

De acordo com a Secretaria da Saúde da Capital, os leitos de UTI estão em 75% da capacidade ocupada. Já as vagas de enfermaria se aproximam de 80%. De acordo com o secretário-adjunto da pasta, Natan Katz, a cidade terá dificuldade para alcançar o limite estabelecido. “O Sistema Único de Saúde é todo interligado”, observou. “Porto Alegre não atende só os residentes de Porto Alegre. Mas atende, para os leitos de UTI, a Região Metropolitana, uma parte dela. E, para algumas condições de saúde, atende todo o Estado”, explicou o número dois da Saúde.

Risco de esgotamento de leitos

Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade Harvard (EUA) pontua que a Porto Alegre deve esgotar sua capacidade de atendimento neste mês de abril. Os leitos de baixa complexidade devem estar todos ocupados entre os dias 20 e 23. Já a capacidade das UTIs deve zerar entre esta terça (7) e o dia 17. Por fim, a projeção prevê a falta de ventiladores mecânicos entre 18 a 26 de abril.

O secretário-adjunto da Saúde, Natan Katz, fala dos esforços para atrasar o pico da pandemia em Porto Alegre. “Todo o trabalho que a gente está fazendo é, exatamente, para diluir esse número grande de casos ao longo do tempo”, relatou. “Talvez o pico seja em maio. Muito dificilmente vai ser em abril, os números dizem o contrário disso. E talvez a gente consiga segurar até junho”, projetou Katz.

Segundo a Prefeitura, a rede pública de Porto Alegre tem 560 leitos de UTI para as mais diversas finalidades. Até o final da manhã desta terça, 361 pacientes estavam sob tratamento intensivo no SUS, com 58 deles internados em razão da Covid-19 (sendo 25 suspeitos e 33 positivos).