Empresas de ônibus da Capital dizem que, em 15 dias, podem não ter verba para abastecer

Conta não fecha na operação do transporte coletivo de Porto Alegre, conforme a ATP

A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) estima que, em aproximadamente 15 dias, as empresas não tenham dinheiro para abastecer os ônibus com diesel. O alerta é do engenheiro de transporte da entidade, Antônio Augusto Lovatto. “A situação é muito dramática. Há um número enorme de motoristas e cobradores parados. Antes transportávamos 800 mil passageiros e agora 200 mil por mês”, relata.

A solução não passa por reduzir ainda mais a quantidade de veículos circulando, segundo o representante da ATP. Lovatto explica que a Prefeitura determinou uma ordem de serviço prevendo a execução de um número de horários X, que abrange todos os bairros de Porto Alegre. O dirigente explica que o custo dessa tabela é de R$ 42 milhões e receita, de R$ 16 de milhões.

Entre 24 de março e hoje, a Prefeitura aplicou, à tabela normal, reduções de 25% a 40%, dependendo do dia da semana. A queda da demanda, porém, passa de 70%. Além disso, passageiros não podem ser transportados de pé, nem mesmo em horários de pico.

Lovatto reconhece que a diferença de R$ 26 milhões para manter o serviço operando é expressiva, e que não existe isenção de imposto que cubra esse rombo. “Então, pedimos um aporte da Prefeitura, para cobrir a folha de pagamento e também que sejamos remunerados por quilômetro e não por passageiro”, explica o engenheiro.

Procurada pela reportagem do Correio do Povo, a Prefeitura de Porto Alegre, até o fechamento, não havia se manifestado sobre o assunto.