A área de hospedagem e alimentação de Porto Alegre sente os efeitos da pandemia de coronavírus nos negócios. De acordo com o sindicato que representa as empresas do setor, os hotéis da Capital registravam taxas de ocupação inferiores a 30% no final de março. Em alguns estabelecimentos, apenas 2% dos quartos contavam com hóspedes.
O presidente do Sindha reforçou que o setor entende e aceita as medidas de restrições impostas pelo governo do Estado. No entanto, Henry Chmelnitsky cobrou mais velocidade do governo federal no auxílio à economia para que as empresas não percam patrimônio. “Esse apoio está demorando”, afirmou. “Ninguém quer ganhar dinheiro agora. Nós queremos estar vivos para passar isso e tornarmos esta economia mais pujante. Nós não queremos nada de mordomia, nós não queremos nada de favores”, prosseguiu.
Adaptação nos restaurantes
Já entre os bares e restaurantes, o funcionamento foi limitado às opções de tele-entrega e retirada no balcão, o chamado take away. O Sindha calcula que 90% dos estabelecimentos já adotaram as práticas de atendimento por delivery.
Em entrevista ao programa Bom Dia da Rádio Guaíba, Henry Chmelnitsky ponderou que a medida é apenas paliativa. “O aluguel continua sendo o mesmo, a energia é a mesma – situação que o Estado deveria trabalhar imediatamente com o ICMS sobre a energia”, observou. “Há uma certa visão de que o delivery aberto resolve o problema de um restaurante. Ele não resolve o problema de uma operação, ele atenua um problema e atende uma demanda social hoje importante”, completou.
Dos negócios que estão disponibilizando o serviço de entrega, 35% começaram após os decretos, aponta o Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região. A entidade ainda estima que 94% dos restaurantes, bares, cafeterias e lancherias da Capital projetam queda de faturamento pela metade em meio à pandemia.