O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, confirmou nessa quinta-feira que o primeiro caso de um paciente hospitalizado com o novo coronavírus no Brasil ocorreu ainda em fim de janeiro. Até então, o registro inicial de Covid-19 era de um paciente que testou positivo em 26 de fevereiro.
“A partir de investigação retrospectiva tivemos a identificação do primeiro caso confirmado, ele é do dia 23 de janeiro”, afirmou o representante da Pasta, em entrevista coletiva, em Brasília, ao lado do ministro Luiz Henrique Mandetta. A paciente, de 75 anos, residia em Minas Gerais e contraiu o vírus em uma viagem ao exterior.
De acordo com o secretário, um estudo detalhado sobre os pacientes hospitalizados com SRAG (síndrome respiratória aguda grave — definição que considera também doenças causadas por outros vírus, como a influenza e outros tipos de coronavírus conhecidos pela comunidade científica) levantou a evidência.
O Ministério da Saúde contabilizou 299 mortes pelos coronavírus e 7.910 casos confirmados, até a metade da tarde. Em 24 horas, foram registrados 1.074 novos casos de covid-19 e 58 óbitos. De acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde, porém, o País já tinha, na noite dessa quinta-feira, mais de 8 mil confirmações e 327 mortes atribuídas à doença.
A curva de internações por SRAG, projetada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), perdeu ritmo na semana entre os dias 22 e 29 (a última disponível), depois de dois aumentos consecutivos e vertiginoso, segundo o sistema eletrônico InfoGripe, da fundação.
O último cálculo apontou crescimento de 7% entre a última e a penúltima semana de março — o número de casos saltou de 5.624 para 5.992. Embora tenha crescido em números absolutos, é possível observar uma diminuição no ritmo de confirmações.
Nas duas semanas imediatamente anteriores, o número de casos de doenças respiratórias dobrou. Na 10ª semana, no início de março, houve 965 casos registrados, contra 2.534 ocorrências na semana na 11ª — aumento de 162%.
Já entre a 11ª semana e a 12ª, os casos saltaram de 2.534 para 5.624 — um acréscimo de 122% na quantidade de doentes atendidos em hospitais com problemas respiratórios graves.
A queda no ritmo de ocorrências aconteceu, coincidentemente, ao mesmo tempo em que foram implantadas medidas de isolamento social no combate à Covid-19 propostas pelo Ministério da Saúde. O governo estuda novas ações para os meses de abril, maio e junho.