O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nessa quinta-feira, que não pretende demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no meio da “guerra”, mas que nenhum ministro é “indemissível”.
Em entrevista à rádio Jovem Pan, ele afirmou que falta “humildade” a Mandetta em relação às decisões no enfrentamento da pandemia de coronavírus.
“O Mandetta já sabe que a gente está se bicando há algum tempo. Eu não pretendo demitir o ministro no meio da guerra. Agora, ele é uma pessoa que em algum momento extrapolou”, disse.
Questionado pela reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, Mandetta respondeu: “Eu só trabalho, lavoro, lavoro”. Em seguida, desligou o telefone.
Segundo o presidente, não se trata de uma ameaça, mas não há ninguém indemissível. “Todo mundo pode ser demitido, como cinco já foram embora”, declarou. Além de desejar “boa sorte” ao ministro, ele afirmou que a “histeria” contaminou parte da Pasta.
Bolsonaro disse também que atua para equilibrar as decisões do Ministério da Saúde e do Ministério da Economia e para que não haja conflito entre os órgãos. “Não tem nenhum problema com o Paulo Guedes, mas o Mandetta quer fazer valer muito a vontade dele. Pode ser que ele esteja certo, mas está faltando um pouco de humildade para conduzir o Brasil nesse momento difícil e que precisamos dele para vencer essa batalha com o menor número de mortos possível.”
“Renúncia não existe”
Em relação aos pedidos para que deixe o cargo, Bolsonaro afirmou que, da parte dele, “a palavra renúncia não existe”. “Eu fico feliz por estar na frente de um problema grande como esse”, declarou o presidente. E afirmou que se, na semana que vem, o comércio não começar a reabrir de forma gradativa, “com certeza” o governo federal vai ter que tomar a decisão.
Segundo ele, já há um decreto pronto para ser assinado. “O mais prudente é abrirmos de forma paulatina o comércio na próxima segunda-feira. O Brasil não vai aguentar. Se estão pensando em sufocar a economia para desgastar o governo, a população já sabe”, completou.
Mais 28 mortes
De acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde, o País tinha, na noite dessa quinta-feira, mais de 8 mil casos e 327 mortes atribuídas à Covid-19. À tarde, o balanço do Ministério da Saúde havia contabilizado 28 óbitos a menos: 299.