O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nessa quinta-feira, que o “brasileiro não pega nada porque já tem anticorpos para enfrentar a gripe”.
Ele deu a declaração a jornalistas no Palácio do Alvorada. Bolsonaro, inclusive, convidou os profissionais da imprensa a andarem de metrô com ele.
O presidente voltou a criticar a quarentena, medida adotada por todos os Estados mais Distrito Federal. “A taxa de violência é proporcional ao desemprego no Brasil. Podemos ter saques”, disse.
Mais uma vez, ele se negou a mostrar o resultado do exame para o Covid-19, que realizou no Hospital das Forças Armadas (HFA), e questionou ao jornalista se “dormia com ele para estar tão preocupado com o assunto”.
Bolsonaro afirmou que agora a nova onda é o desemprego e que o governo deve anunciar, nesta sexta-feira, o socorro para os trabalhadores informais e setores mais afetados da economia.
“O desemprego está aí. O povo foi enganado. O vírus virá, ninguém discute isso, infelizmente temos que enfrentar. Vamos salvar vidas preparando hospitais”, afirmou, antes de emendar: “A primeira vítima são os que não têm reserva, poupança. Essa pessoa já está passando fome, por causa da histeria (em referência aos governadores) (…) Já fiz a minha parte, alertei a nação, duvido quem não esteja preocupado em perder emprego… Não existe mais diarista, manicure. Barbeiro não atende mais ninguém, Uber não roda.”
O presidente afirmou também estar otimista sobre a utilização do medicamento hidroxicloroquina contra a covid-19. O primeiro estudo clínico do país a testar o uso do remédio contra o coronavírus, porém, só vai ter os resultados divulgados em dois ou três meses. O experimento envolve 70 hospitais e 1,3 mil pacientes. Bolsonaro tinha consigo duas caixas do medicamento durante a entrevista.
Ele também poupou críticas ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que anunciou ter rompido com o governo após pronunciamento da terça-feira. “Gosto muito dele, sou apaixonado pelo Caiado e vamos continuar namorando.”