O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã desta quarta-feira (25), na conversa com jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada que, se a população não voltar a trabalhar, existe o risco de o Brasil ficar com o caos e o vírus, em referência ao novo coronavírus, que provoca a Covid-19. “Se tivermos problemas, que devemos ter, como saques a supermercados, entre outras coisas, o vírus continuará entre nós. Não foi embora o vírus. Vamos ficar com o caos e com o vírus. O que precisa ser feito? Botar esse povo para trabalhar”, afirmou.
O presidente lembrou ainda que há cerca de 38 milhões de autônomos no Brasil, sendo que “uma parte considerável desses não está ganhando seu ganha pão”. Em seguida, fez um diagnóstico das empresas brasileiras. “Até o Mandetta disse que uma empresa que fabrica oxigênio no Brasil não tinha como mandar oxigênio para os hospitais. As empresas não produzindo, não têm como pagar seu pessoal. Se a economia colapsa, não vai ter dinheiro para pagar o servidor público. O caos está aí”, prosseguiu o presidente.
Bolsonaro voltou a afirmar que vai estimular o isolamento de idosos e pessoas com comorbidades, mais suscetíveis ao novo coronavírus. O presidente também fez uma comparação com o Chile, que passou por uma onda de saques e um princípio de convulsão social nos últimos meses. “Preservar os idosos, preservar aqueles que têm problema de saúde. Mais nada além disso. Caso contrário, o que aconteceu no Chile vai ser fichinha o que pode acontecer no Brasil. Todos nós pagaremos um preço que levará anos para ser pago. Se é que o Brasil não possa ainda sair da normalidade democrática que vocês tanto defendem. Ninguém sabe o que pode acontecer no Brasil”, finalizou.
Mensagem nas redes
O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a reabertura do comércio brasileiro no Twitter. Alguns estados, como é o caso de São Paulo e Rio de Janeiro, decretaram quarentena de 15 dias, obrigando o fechamento de locais como escolas e faculdades, e comércio não essencial.
Na publicação, o presidente afirmou que o país deve fazer “de tudo para preservar a vida dos idosos e portadores de comorbidades”, que são doenças pré-existentes que fazem com que a pessoa se enquadre no grupo de risco do coronavírus.
38 milhões de autônomos já foram atingidos. Se as empresas não produzirem não pagarão salários. Se a economia colapsar os servidores também não receberão. Devemos abrir o comércio e tudo fazer para preservar a saúde dos idosos e portadores de comorbidades. https://t.co/m2Bk28LunH
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 25, 2020
Pronunciamento na TV
Na noite de terça-feira (24), Bolsonaro fez um pronunciamento em que criticou o isolamento social, indicado por especialistas para conter a transmissão do coronavírus, e disse que vida deve continuar. “O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos, sim, voltar à normalidade. Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, como proibição de transporte, fechamento de comércio e confinamento em massa”, enfatizou.
Na avaliação de Bolsonaro, 90% dos infectados não manifestarão nenhuma reação ao coronavírus. “O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Então, por que fechar escolas? Raros são os casos fatais de pessoas sãs, com menos de 40 anos de idade. Devemos, sim, é ter extrema preocupação em não transmitir o vírus para os outros, em especial aos nossos queridos pais e avós. Respeitando as orientações do Ministério da Saúde”, observou.
Ele ainda garantiu que, devido ao seu histórico de atleta, não enfrentaria problemas caso fosse contaminado. “caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho”, destacou.