Eduardo Leite diz que postura inicial de Bolsonaro foi prejudicial ao país

Governador Eduardo Leite espera conferência com presidente para analisar reflexos de pacote do governo federal nas finanças do RS.

Governador Eduardo Leite concedeu entrevista à Rádio Guaíba nesta terça (24) | Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini
Governador Eduardo Leite concedeu entrevista à Rádio Guaíba nesta terça (24) | Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

Governadores do Sul e do Sudeste vão se reunir com o presidente Jair Bolsonaro em uma videoconferência na manhã desta terça-feira. O compromisso faz parte de uma agenda do Palácio do Planalto com os representantes dos estados do país. Pouco antes do contato com Brasília, o governador Eduardo Leite concedeu uma entrevista à Rádio Guaíba.

De acordo com o chefe do Executivo gaúcho, o presidente melhorou sua postura depois de um momento de ausência. “A liderança é indelegável, o presidente da República precisa colocar o país junto, unido”, apontou. “A ausência e a relativização que, até aqui, o presidente vinha fazendo foram muito prejudiciais a essa articulação e a essa coordenação necessárias”, prosseguiu Leite. “Agora essa mudança de postura deve ser saudada”, completou.

Auxílio federal

O Palácio Piratini aguarda a reunião com Brasília para tomar decisões no setor econômico. Nessa segunda-feira (23), o governo federal anunciou um pacote de R$ 85,5 bilhões para estados e municípios. O governador Eduardo Leite destacou que, a partir dos esclarecimentos da União, o Rio Grande do Sul poderá mensurar o impacto das medidas nas finanças.

O governador não descartou a prorrogação de prazos para o pagamento de impostos. “Deverá ser feita para setores específicos que serão mais atingidos. Um deles, que nós estamos estudando muito, é o das micro e pequenas empresas”, avaliou. “Nós queremos fazer isso, acho que é importante, mas precisamos entender o fôlego que nos será dado pelo governo federal”, sublinhou.

Hospitais de campanha

Para dar conta de uma possível demanda, diante do aumento no número de casos de coronavírus, o governo do Estado cogita a instalação de hospitais de campanha. Hospitais particulares podem colocar seus espaços à disposição, com o cancelamento de cirurgias eletivas. Além disso, clubes de futebol, como Internacional e Grêmio, e hotéis se prontificaram a ajudar oferecendo suas estruturas para as autoridades. Segundo Eduardo Leite, o Comando Militar do Sul será contatado pelo Executivo para articulação de apoio por parte das Forças Armadas.