Coronavírus: com lotação praticamente zerada, hotéis gaúchos devem demitir 30% dos trabalhadores

Sindihotel defende recuperação financeira com auxílios governamentais a longo prazo

hotel sindicato
(Foto: Mauro Schaefer / CPMemória)

A crise mundial causada pela pandemia do coronavírus reflete na rede hoteleira gaúcha. O Sindicato Intermunicipal da Hotelaria no Rio Grande do Sul (Sindihotel) relata que os hotéis vivem um quadro de falta de hóspedes sem precedentes, que deve zerar o faturamento no período. “Cada dia é um dia. Existem muitas incertezas. Está muito difícil. Está praticamente zerada a ocupação nos hotéis”, disse o presidente do Sindihotel, Manoel Soares.

A rede hoteleira gaúcha concentra grande parte das ocupações no setor de negócios. Segundo Soares, 74% da receita é baseada em viagens a trabalho. Com a economia parada, Soares estimou a demissão de até 30% dos trabalhadores.

A recuperação financeira depende, conforme o dirigente, de auxílios governamentais a longo prazo. “Eu tenho 40 anos de atividade em hotelaria e nunca vi uma situação tão delicada como essa. Um prejuízo desses não se recupera em poucos meses. Se não tiver movimento, a recuperação vai levar um tempo”, disse. Para ele, serão imprescindíveis ações como redução, anistia ou parcelamento de encargos fiscais e subsídios para despesas com pagamento de pessoal.

Alguns hotéis como o Laghetto, na cidade de Gramado, na Serra, ofereceram leitos para uso da Prefeitura no combate à pandemia. Soares disse acreditar que esse comportamento possa se tornar uma tendência a ser observada em outras cidades, o que colabora na diminuição do problema. O sindicalista, no entanto, informou que a adesão depende de cada estabelecimento e que não há nenhuma determinação conjunta nesse sentido por parte da entidade.