Pandemia muda hábitos de consumidores em Porto Alegre

Moradores da Capital cada vez mais solicitam os serviços de tele entrega dos supermercados

Supermercados gaúchos que recebem cerca de quatro milhões de pessoas por dia adotaram uma série de medidas para prevenir o coronavírus | Foto: Guilherme Almeida / CP

Com receio de contaminação pelo novo coronavírus em aglomerações, os consumidores de Porto Alegre estão mudando seus hábitos e nos últimos dias estão solicitando os serviços de tele entrega dos supermercados. Estabelecimentos como o Zaffari, na rua Fernando Machado, no Centro Histórico, e o Gauchão, na avenida Antônio de Carvalho, no bairro Agronomia, estão oferecendo a opção de entrega das compras em casa. No caso da rede Zaffari, na entrada do estabelecimento comercial existem diversos ranchos que são entregues por uma terceirizada. É cobrado uma taxa de R$ 17,00 pelo serviço.

Em função da grande demanda de pedidos, os funcionários informaram que não estão sendo marcados os horários de recebimento das compras. “É preciso ter uma pessoa em casa com disponibilidade de tempo para receber os produtos”, ressaltou uma funcionária do Zaffari da Fernando Machado. No supermercado Gauchão, também aumentaram os pedidos de entrega nas residências. O serviço é válido para compras acima dos R$ 70,00 e o cliente pega uma taxa de entrega dos produtos no valor de R$ 10,00.

Os supermercados gaúchos que recebem cerca de quatro milhões de pessoas por dia adotaram uma série de medidas para prevenir o coronavírus e garantir a segurança dos consumidores, funcionários e fornecedores. As empresas do setor adotaram uma série de medidas de prevenção com o objetivo de minimizar os riscos de contaminação com a doença e garantir a normalidade do abastecimento de produtos à população.

A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) enviou ontem uma cartilha orientando os associados sobre boas práticas operacionais que contribuam para a segurança sanitária dos estabelecimentos comerciais. As medidas vão desde o reforço na higienização de carrinhos, cestos e checkouts, até a suspensão das degustações em loja e a reorganização do mix de produtos com foco no autosserviço – evitando filas e sobrecarga nos balcões de atendimento de açougue, padaria e fiambreria, por exemplo.

O presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, informou que não existe o risco de desabastecimento de produtos nos supermercados gaúchos. “É hora de tranquilizar o consumidor, não haverá falta de alimentos ou de produtos de necessidade básica. Esta é uma situação diferente da greve dos caminhoneiros, por exemplo, quando o setor estava com dificuldades para receber as mercadorias da indústria. Hoje, o abastecimento está normal”, ressaltou.

A Agas voltou a reforçar que as 4.700 lojas do setor no Rio Grande do Sul seguem funcionando normalmente, e que pontualmente, poderão faltar em alguns supermercados itens cuja curva de demanda sofreu grande impacto, como o álcool gel. Produtos como papel higiênico, bebidas e alimentos, entretanto, estarão com seus estoques abastecidos sem quaisquer prejuízos aos consumidores gaúchos.