O Rio Grande do Sul já reuniu projeções de cenários para a progressão do coronavírus em cidades gaúchas. A apresentação, a cargo da secretária do Planejamento, Leany Lemos, ocorreu, no início da tarde desta terça-feira, em reunião com deputados e jornalistas, na Assembleia Legislativa.
Nas projeções, é considerado como determinante o registro do 50º caso. Porque, a partir dele, conforme os estudos internacionais já feitos, o número de casos aumenta de forma geométrica. O RS registrou o primeiro caso da doença no dia 10 de março e, na noite de ontem, somou 11 casos, oficialmente.
Conforme as projeções do Planejamento, levando em conta os parâmetros dos outros países, no dia 24 de março, terça-feira da semana que vem, ou data bem próxima, o Estado provavelmente vai atingir o 50º caso e, no dia 31 de março, vai ser possível identificar dentro de qual cenário o vírus avança no RS: se extremo, agressivo ou moderado.
Os estudos do governo sugerem que, a partir do 50º caso registrado, em sete dias (provavelmente 31 de março ou data próxima dessa) poderão existir 111 casos (em caso de cenário moderado), 421 (agressivo) ou 465 (extremo). Em 14 dias (provavelmente 7 de abril ou data próxima), as projeções são de 245 casos em um cenário moderado, 3.533 casos em um cenário agressivo e 4.340 casos em um cenário extremo. O documento também mostra que, apesar dos poucos dias de informação, o Brasil e o estado de São Paulo vêm apresentando evolução compatível com os cenários agressivo e extremo. Itália, Irã e Coreia do Sul tiveram cenário extremo. França, Espanha e Alemanha, o agressivo. E Japão o moderado.
Na apresentação, a secretária destacou que, conforme os estudos, o número de casos do RS depende, em grande medida, das ações tomadas para desacelerar o contágio na primeira fase, e que os efeitos das ações vão demorar algumas semanas a aparecer.
Em mais de uma ocasião durante a reunião o governador Eduardo Leite destacou que a população enfrenta “uma guerra”. O esforço do governo neste momento é para que o Estado consiga evoluir, pelo menos, dentro do cenário moderado. Leite também advertiu que o 50º caso, na prática, “provavelmente já aconteceu ou está acontecendo” e, por isso, “não podemos esperar chegar lá.”
Ele disse ainda, em relação à paralisação das escolas, que, neste momento não é possível dizer se a medida vai durar apenas por algumas semanas. “Isso pode se espichar algum tempo. Pode chegar a dois meses.”
O documento do governo, com 28 páginas, é intitulado “CORONAVÍRUS: Exercícios de projeção de casos para o Rio Grande do Sul”. O Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Seplag atualizou o levantamento com números atualizados até esta terça-feira.