Acusado de matar Marielle relata que comprou pistolas quando ainda era PM

Policiais e promotores encontraram armas na casa de Élcio Queiroz

Foto: Tomaz Silva/Arquivo/Agência Brasil

O ex-policial militar Élcio Queiroz prestou depoimento, hoje, ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) e afirmou que as armas encontradas na casa dele, por policiais civis e promotores de Justiça, serviam para a proteção da família e foram compradas quando ainda pertencia à corporação.

O ex-PM é um dos acusados pelas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Ele depôs hoje no processo em que responde por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito. Foram encontrados na casa de Queiroz duas pistolas e mais de 100 munições, a partir de um mandado de busca e apreensão relativo ao processo que investiga os assassinatos da parlamentar e do motorista.

Segundo o TJRJ, Queiroz disse que as pistolas foram compradas na época em que ele era policial militar e eram necessárias para garantir a segurança da família, que de acordo com o depoimento, mora em uma comunidade controlada pelo tráfico.

Os policiais e promotores também encontraram oito munições de fuzil embaladas no carro do ex-PM. Segundo Queiroz, ele havia encontrado esses artefatos em um canteiro em frente de casa na noite anterior à prisão. A denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, entretanto, relata que o ex-PM disse aos policiais que o encontraram que as munições pertenciam a ele.

O ex-policial militar saía de casa, de madrugada, no dia em que os agentes foram cumprir o mandado de busca e apreensão. Ao se defender, Élcio Queiroz alegou que seguia para o trabalho, onde cumpria expediente a partir da 5h, em uma transportadora.

Também foram ouvidos pela Justiça o titular da Delegacia de Homicídios da Barra da Tijuca que elaborou o auto de flagrante e a oficial de cartório que tomou os depoimentos de policiais envolvidos na prisão.

Élcio Queiroz responde pelos assassinatos ao lado de Ronnie Lessa, que também é ex-policial militar. Os dois permanecem na Penitenciária Federal de Porto Velho desde março do ano passado e devem ir a júri popular, segundo decisão da 4ª Vara Criminal da última terça-feira.