O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defendeu nesta quarta-feira a liberação de R$ 5,1 bilhões do Orçamento para combater o avanço do coronavírus no Brasil. A liberação dos recursos depende do relator da proposta, o deputado Domingos Neto (PSD-CE).
A demanda por mais verbas recebeu apoio de dezenas de deputados presentes à comissão geral, convocada para tratar a situação do novo coronavírus.
Além de Mandetta, estiveram presentes no encontro parlamentares e especialistas que chamaram a atenção para a sobrecarga que o sistema de saúde deve ter com a disseminação do Covid-19.
O ministro avaliou que a letalidade do vírus é baixa, mas que o principal impacto é a sobrecarga do sistema, o que demanda mais profissionais, mais leitos, mais insumos e mais recursos para o custeio dessa estrutura adicional.
Mandetta declarou que a intenção é disponibilizar mil leitos em centros de tratamento intensivo como forma de apoio. Nesta semana, ele já havia anunciado a ampliação do programa que dá incentivos a postos de saúde para ficarem abertos por mais tempo, chamado de “Saúde na Hora”. O ministério também disse que vai abrir um edital para contratação de cinco mil profissionais dentro do programa Mais Médicos para atuar em locais de vulnerabilidade e grandes metrópoles.
Questionado sobre medidas adotadas em outros países, como fechamento de órgãos públicos, restrição de circulação e recessos ou férias escolares, Mandetta não apontou nenhuma dessas providências como necessária agora.
Em relação às férias escolares, o ministro ponderou que a iniciativa pode ter um efeito negativo. “Fechar a aula vai provocar um dilema. Talvez seja preciso. Mas quem vai ficar com a criança? Vamos lembrar que idosos são principais alvos quando você precisa fazer bom uso do sistema”, observou.
Tabelamento de preços e exportações de máscaras e álcool gel
Já a comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha as ações para o combate ao coronavírus aprovou indicação do Governo Federal para que haja tabelamento de preços de itens utilizados na prevenção e combate à pandemia. A indicação é uma recomendação e só vai ser efetivada caso o governo julgue necessário.
Além disso, a comissão externa formulou outra indicação ao Executivo para impedir que empresas nacionais exportem esses produtos, reduzindo a oferta interna. Com o real desvalorizado, as firmas podem se sentir mais atraídas a exportar do que a colocar esses produtos no mercado local, contribuindo para um desabastecimento.
Na comissão geral na Câmara dos Deputados, Mandetta afirmou que no caso das máscaras os preços subiram até 1.800%. A Comissão recebeu informações sobre elevações de preço, especialmente de garrafas de álcool gel e máscaras de proteção.
O ministro respondeu que é preciso ter cuidado com medidas como a proibição da exportação. “Se tivermos produção nacional e países vizinhos precisarem? Vamos proibir? É preciso ver caso a caso”, ponderou.