‘Ameaça de pandemia de coronavírus se tornou muito real’, admite diretor da OMS

Declaração de Tedros Adhanom ocorre no momento em que número de infectados em todo o mundo supera 100 mil

Foto: Imagens Públicas

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou nesta segunda-feira que “a ameaça de haver uma pandemia se tornou muito real”, após o número de casos de covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus SARS-CoV2) ter superado a marca de 100 mil em mais de cem países.

“É preocupante que tantos países tenham sido afetados tão rapidamente, o número de casos mostra que a ameaça de pandemia se tornou muito real, mas esta pode ser a primeira pandemia na história que sejamos capazes de controlar”, disse o dirigente em entrevista coletiva.

A gripe A provocou a última pandemia declarada pela OMS, em 2009. Não há previsão de que a mesma declaração oficial seja feita para o covid-19, já que o termo não é mais usado na medição de epidemias, embora a palavra possa ser empregada coloquialmente se forem declarados grandes surtos em todos os cinco continentes.

“Não estamos preocupados com a palavra, mas com a reação que ela provoca, e queremos que continuemos lutando, sem desistir”, disse o diretor-executivo da OMS para Emergências de Saúde, Mike Ryan.

Adhanom acrescentou que “governos, empresas, comunidades, famílias e indivíduos podem ajudar a controlar” a epidemia. “Com ações rápidas e decisivas podemos deter o vírus”, declarou.

O diretor-geral da OMS ressaltou que, apesar do número de casos, mais de 90% deles seguem concentrados em quatro países (China, Coreia do Sul, Itália e Irã), e recordou que na China, onde o surto teve origem em dezembro, a taxa de recuperação das pessoas afetadas beira 70%.

Adhanom defendeu que em países com transmissão comunitária os governos não hesitem em usar medidas como o fechamento de escolas ou o cancelamento de eventos de massa.

O dirigente enfatizou que países como China, Itália, Japão, Coreia do Sul, Singapura e Estados Unidos, entre outros, já ativaram medidas de emergência que podem servir de exemplo.

“Anima ver que a Itália está tomando medidas agressivas para conter a epidemia, e estamos confiantes que elas serão eficazes nos próximos dias”, disse o chefe da OMS.

Adhanom informou que a entidade já enviou equipamento de proteção contra epidemias para 57 países, está se preparando para enviar remessas a outros 28, e que 120 receberam equipamentos de laboratório para ajudá-los a se preparar para um possível aumento de notificações.