MP quer investigar se Ronaldinho e irmão cometeram outros crimes

Ex-jogador está preso em cela especial após usar documentos falsos no Paraguai

Ronaldinho e Assis permanecerão no país enquanto as autoridades investigam sobre o uso de passaportes falsos | Foto: Reprodução/ ABC TV
Foto: Reprodução/ ABC TV

O ex-jogador de futebol Ronaldinho e o irmão e empresário, Roberto de Assis Moreira, passaram a segunda noite presos em uma cela especial da Agrupação Especializada da Polícia Nacional, em Assunção, Paraguai. O Ministério Público do Paraguai pede ampliação das investigações para saber se o ex-jogador cometeu outros crimes, como lavagem de dinheiro.

Ronaldinho e Assis seguem presos em caráter preventivo, a pedido do Ministério Público paraguaio, que temia a saída de ambos do país antes de esclarecerem às autoridades por que ingressaram usando documentos paraguaios com adulteração. Caso não seja revertida, a prisão preventiva pode durar até seis meses.

O ex-atleta e o irmão chegaram a Assunção na manhã da última quarta-feira. Embora cidadãos brasileiros possam ingressar no país vizinho apenas apresentando o documento de identidade brasileiro, Ronaldinho e Assis entregaram aos agentes da imigração um passaporte paraguaio preenchido com dados pessoais, como o que é usado pelos cidadãos naturalizados no país. Apesar de estranharem o fato, os agentes autorizaram o ingresso da dupla. Horas mais tarde, os dois foram alvos de uma operação que levou promotores do Ministério Público e policiais a vasculharem os quartos do resort em que Ronaldinho e Assis haviam se hospedado e a apreenderem as cédulas de identidade paraguaias e os passaportes.

Segundo o promotor Federico Delfino, do MP paraguaio, Ronaldinho e Assis disseram ter viajado a convite do dono do cassino Il Palazzo, o brasileiro Nelson Belotti, e que, já no país, foram procurados por representantes de uma fundação de assistência, a Fraternidade Angelical, para participar de eventos beneficentes. Ainda de acordo com o promotor, os documentos são autênticos, mas foram preenchidos com falsas informações.

Além de Ronaldinho e de Assis, também foram presos por suposto envolvimento no caso o empresário brasileiro Wilmondes Sousa Lira, apontado como representante legal do ex-jogador no Paraguai, e as paraguaias María Isabel Gayoso e Esperanza Apolonia Caballero. O MP pediu também determinou a prisão da empresária Dalia López Troche.

De acordo com informações divulgadas pelo MP paraguaio, Ronaldinho e o irmão dizem que após viajarem a convite de Belotti, receberam o convite de Dalia participar de eventos beneficentes. O ex-jogador e o irmão também dizem ter recebido os documentos falsificados do empresário Wilmondes Sousa Lira – que responsabiliza a Dalia.

Já María Isabel e Esperanza Apolonia são investigadas porque, segundo a Polícia Nacional, os documentos encontrados com os brasileiros foram emitidos para as duas, que os solicitaram em janeiro deste ano.