Em mensagem ao Congresso argentino, Fernández propõe legalizar aborto

Prestes a completar 90 dias no poder, Alberto Fernández falou da situação econômica do país e das negociações com o FMI.

Alberto Fernández falou ao Congresso a dias de completar três meses de governo | Foto: Reprodução/Televisión Pública
Alberto Fernández falou ao Congresso a dias de completar três meses de governo | Foto: Reprodução/Televisión Pública

O Congresso argentino inaugurou o ano legislativo de 2020, neste domingo, com um pronunciamento do presidente Alberto Fernández. Foi a primeira vez que o novo mandatário se dirigiu aos parlamentares desde a posse, em dezembro passado. O discurso do peronista era aguardado, com a expectativa de que desse sinais claros de como será o seu mandato pelos próximos quatro anos.

Entre as prioridades apontadas, Fernández indicou a proposta de uma lei de legalização do aborto. O projeto deve ser enviado ao legislativo nos próximos dez dias, apontou o presidente. “A legislação vigente não é efetiva. Desde 1921, se penaliza a interrupção voluntária da gravidez”, afirmou sob aplausos.

Economia e dívida

Alberto Fernández também falou sobre a economia da Argentina, “em situação extremamente delicada”, apontou. O peronista criticou, indiretamente, o antecessor, Mauricio Macri. “Passaram apenas 81 dias”, ponderou. “Encontramos um país danificado, com divisões profundas e o tecido social danificado. Não busco revanches”, prosseguiu.

O presidente ainda comentou sobre a renegociação da dívida do país com o FMI. “O Fundo Monetário Internacional nos deu a razão que a dívida é insustentável e reconheceu que é grave. Há um entendimento mútuo”, observou Fernández. “Há setores que, pouco a pouco, começam a reativar. Damos passos firmes para tranquilizar a economia”, sustentou. “Suportamos um nível recorde de inflação, com 53,8% durante 2019”, completou o chefe de Estado.

Acompanhado de sua vice, Cristina Kirchner, Alberto Fernández prometeu uma reforma no sistema judicial do país. Ao defender o Mercosul, o presidente evitou citar a situação da Venezuela.