A Justiça acolheu a denúncia do Ministério Público Estadual contra Dionathá Bitencourt Vidaletti, que confessou ter matado a tiros três pessoas da mesma pessoa, em 26 de janeiro, após uma briga de trânsito, no extremo-Sul de Porto Alegre. Rafael Zanete Silva, Fabiana da Silveira Innocente Silva e Gabriel Innocente Silva foram mortos na estrada do Varejão, no bairro Lami.
A promotora Lúcia Callegari denunciou Vidaletti com base na cautelar da prisão preventiva, já que a Polícia Civil só finalizou o inquérito nesta quinta. A denúncia também leva em conta duas tentativas de homicídio contra Victória Bassani, namorada de Gabriel, e Miguel da Silveira Innocente Silva, filho caçula de Rafael e Fabiana. Ambos ficaram dentro do carro da família, mas presenciaram o triplo homicídio.
No entendimento da promotora, “os homicídios e tentativas de homicídio foram triplamente qualificados: por motivo fútil, resultando em perigo comum e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas”. Lúcia Callegari lembrou que o crime ocorreu após uma batida na lateral do veículo, “motivo banal e desproporcional para o delito praticado”. Também frisou que os assassinatos se registraram em um local e horário de circulação de pessoas, próximo a estabelecimentos comerciais e a residências, o que pôs em risco a vida de outras pessoas. Enfatizou, ainda, que as vítimas foram surpreendidas pela atitude do denunciado, que sacou a arma de fogo e desferiu disparos, “dificultando reação de defesa ou fuga”.
Indiciamento
O delegado Rodrigo Pohlmann Garcia, titular da 4ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), que encerrou e enviou o inquérito à Polícia, hoje, indiciando Vidaletti, informou no início da semana que não via motivos para indiciar a mãe do atirador, já que há evidências de que ela tentou convencer o filho a não tirar satisfações após o acidente.
Ouvida no início da semana, a mulher confirmou que a arma usada nos crimes era da família, e não das vítimas, como alegou Vidaletti, na semana passada. A pistola segue desaparecida. Garcia disse que a testemunha segue sendo investigada e não descartou a possibilidade de indiciar a mãe de Vidaletti por fraude processual, caso fique comprovado que ela ajudou a ocultar a arma.
Crime
No dia 26 de janeiro, a família assassinada percorria a Estrada do Varejão, no bairro Lami, após uma festa de aniversário em um sítio no bairro Cantagalo. O pai Rafael dirigia um Citroën Aircross e colidiu com o veículo Ford EcoSport, parado. Ao perceber que o condutor não parou, o suspeito entrou na EcoSport e começou a perseguir a família.