
O Hospital Central de Wuhan negou a informação de que o médico Li Wenliang — acusado pelas autoridades chinesas de espalhar boatos ao alertar colegas sobre o coronavírus, ainda em fim de dezembro — tenha morrido.
Em nota publicada na rede social Weibo, a instituição garante que o oftalmologista “está atualmente em estado crítico e estamos fazendo o possível para ressuscitá-lo”.
Veículos de imprensa chineses haviam noticiado mais cedo a morte do médico. Inclusive, o diretor do programa de emergências em saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, lamentou o ocorrido.
Wenliang, de 34 anos, permanece internado desde 12 de janeiro. Durante a semana, a BBC reportou que o médico enviou mensagens a colegas dois dias antes da virada do ano, quando as autoridades de Wuhan seguiam tentando manter a situação sob controle.
O oftalmologista recomendou proteção aos demais profissionais para evitar o contágio, enquanto o governo local mantinha o caso sob investigação.
O governo chinês monitora aplicativos como o WeChat, usado por ele. Não demorou uma semana até Li receber uma visita de agentes que o obrigaram a assinar um documento em que era acusado de “divulgar informações falsas” que “causaram distúrbios graves à ordem social”.
O caso do médico mostrou que as autoridades chineses demoraram a perceber que o surgimento da epidemia e tomar medidas eficazes contra o vírus. O Comitê Central do Partido Comunista da China chegou a assumir as falhas, no fim de janeiro.
O coronavírus já matou mais de 560 e infectou mais de 28 mil, a maioria na região de Wuhan.