Ex-cacique e vereador é condenado a 14 anos de prisão por roubos a banco no Norte gaúcho

Pai dele recebeu pena de 13 anos de prisão pelos mesmos crimes

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A Justiça de Tenente Portela, no Norte gaúcho, condenou, nesta quarta-feira, o ex-cacique da Reserva Indígena do Guarita, Valdonês Joaquim, a 14 anos de prisão pelos crimes de associação criminosa, seis roubos qualificados a banco com reféns, uso de substância inflamável contra o patrimônio público e uso de violência contra autoridade. Vereador mais votado da cidade em 2017, Valonês se elegeu pelo PSD e, cerca de um ano depois, acabou preso. O pai dele, Valdir Joaquim, também ex-cacique da reserva, recebeu pena de 13 anos de prisão pelos mesmos crimes.

Em 2017, 13 pessoas foram acusadas de render, dentro de um posto policial, o PM Marcos Valdemar Skalee, roubando armas de fogo, coletes balísticos e a viatura da Brigada Militar. O policial teve o corpo amarrado sobre o capô de um dos veículos, usado nos crimes. Chegando às agências, o grupo se dividiu: parte invadiu a agência do Banrisul, parte atacou o Sicredi e outros ficaram na área externa.

Encapuzados, os bandidos renderam clientes e funcionários e mandaram os gerentes abrirem os cofres. Após pegarem todo o dinheiro, eles conduziram os reféns à frente dos bancos e isolaram os locais com um “cordão humano”. O bando fugiu levando reféns, liberados mais tarde, e incendiou a viatura na saída da cidade.

Na fuga, os assaltantes foram para dentro da Reserva do Guarita, onde esconderam as armas e parte do dinheiro roubado, para depois seguirem rumo a Carazinho. Valdonês e Valdir eram considerados as principais lideranças da Reserva Indígena do Guarita. Como caciques, passaram a controlar a área, que atualmente conta com 23 mil hectares e uma população de 6 mil habitantes.