Prefeitura busca alternativas para conter aumento da tarifa de ônibus da Capital

Empresas pediram reajuste de R$ 0,50 no valor da tarifa

Diante do pedido enviado pela Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) para reajuste da tarifa de ônibus em R$ 0,50, a prefeitura está buscando alternativas para conter o aumento da tarifa. O secretário-extraordinário de Mobilidade Urbana, Rodrigo Tortoriello, reconheceu que o valor pedido é muito alto para o deslocamento diário da população e disse que o Executivo discute alternativas em busca de subsídios para manter o transporte público.

“Essas soluções ainda estão sendo formatadas. Acreditamos que é um valor muito alto para que a sociedade de Porto Alegre possa arcar para se deslocar no dia a dia. Nós já estamos trabalhando nesse assunto há alguns meses. Então temos que discutir fontes alternativas para buscar esses subsídios”, afirma.

Ontem, o prefeito Nelson Marchezan Júnior reuniu-se com o vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado do RS (TCE-RS), Pedro Henrique Poli de Figueiredo, onde foi apresentada a política de priorização do transporte coletivo da Capital. O valor pago por quem utiliza o ônibus na Capital está entre os mais altos do Brasil.

O Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) protocolou junto à Prefeitura um pedido de revisão tarifária para que a passagem passe dos atuais R$ 4,70 para R$ 5,20. Para a entidade, é necessária a aplicação desse novo valor para que seja mantido o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Porto Alegre (Stetpoa), Sandro Abade, afirma que, independente do valor da passagem, a categoria irá buscar o aumento salarial e que o valor inicialmente proposto, de 4,48%, é o ponto de partida para a negociação. “Nós partimos a negociação desse ponto. Se vamos chegar aos 7%, isso só discutindo com a patronal. Vamos defender a categoria e tentar buscar o maior aumento possível para os trabalhadores”, afirma Abade.

O que alegam as empresas

Os principais fatores, segundo o Seopa, que contribuíram para o pedido de reajuste foram o custo do diesel, que cresceu 8,78%, os salários e benefícios, com uma projeção de aumento de 4,48%, além do incremento do valor dos veículos, em 17,34%. A perda de 4,11% no número de passageiros, no comparativo com o ano anterior, também influenciou no valor da tarifa. Foram 14,2 milhões de passageiros/mês em 2018 contra 13,6 milhões/mês no ano passado.

A entidade aguarda o cálculo tarifário oficial, realizado pela Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC), para que o novo valor seja efetivado a partir de 1º de fevereiro, data do dissídio dos motoristas e cobradores. Antes disso, o cálculo passa pelo Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu), e por fim, vai à sanção do prefeito Nelson Marchezan Júnior.