O ex-prefeito de Porto Alegre e ex-governador Olívio Dutra comentou as negociações para formação de uma chapa de esquerda nas eleições municipais. Nos bastidores, o PT definiu o nome de Miguel Rossetto como indicado a compor a coligação de Manuela D’Ávila na disputa pela Prefeitura da Capital. A aliança entre petistas e o PCdoB deixaria o PSOL de fora da composição, frustrando a formação de uma possível frente de oposição ao governo de Nelson Marchezan Júnior.
Em carta divulgada nesta segunda (20), Olívio Dutra defendeu a indicação de Rossetto, que foi seu vice-governador entre 1999 e 2002. O quadro histórico do partido disse ser “equivocado ventilar-se a exclusão do PT da chapa majoritária” nas eleições deste ano. “Entendo que é uma postura de humildade na grandeza, sem falsa modéstia do Partido, compartilhar de uma chapa, afinada programaticamente, encabeçada pela companheira/camarada Manuela”, escreveu. Olívio prossegue a nota dizendo que o PT tem legitimidade, dignidade e direito de compor a coligação com o PCdoB. O ex-prefeito ainda afirma que o posicionamento é “sem arrogância” e “com todo o respeito ao PSOL e aos seus valorosos quadros de direção e de base”.
Reação do PSOL
Na última sexta-feira, a pré-candidata socialista ao Paço Municipal criticou as articulações de petistas em torno da candidatura de Manuela D’Ávila. Para a deputada federal Fernanda Melchionna, eleições prévias devem ser realizadas para definir a representação de esquerda na disputa. “A unidade é uma necessidade, mas unidade não é adesão. Menos ainda adesão a prato feito, fórmulas conhecidas e já experimentadas”, apontou.
Em dezembro, uma pesquisa divulgada pelo Correio do Povo mostra a liderança de Manuela em três dos quatro cenários levantados para as eleições. Na única projeção estimulada em que aparecem juntas, a candidata do PCdoB marca 16,5%, enquanto Fernanda Melchionna marca 3,5%.
