Prefeitura interdita fornecedora de produtos químicos da Backer em MG

Polícia investiga se empresa trocou substâncias que usadas pela cervejaria de BH; hipótese ainda não explica contaminação

Foto: Reprodução / Google Street View

A Secretaria de Meio Meio Ambiente de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), interditou, nesta sexta-feira, a fornecedora de produtos químicos da cervejaria Backer. A Polícia investiga uma possível adulteração nas substâncias que foram entregues à fabricante.

As análises acontecem no inquérito que investiga a contaminação de lotes de ao menos 8 rótulos de cervejas produzidos pela Backer. A perícia encontrou monoetilenoglicol e dietilenoglicol nas bebidas, mas a cervejaria alega que só compra dietilenoglicol.

Em depoimento à Polícia Civil, um ex-funcionário da Imperquímica, relatou as possíveis adulterações e entregou vídeos às autoridades mostrando a suposta fraude. A reportagem contatou a defesa da empresa, mas não teve resposta.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, além da interdição feita pela equipe do Meio Ambiente, “produtos passíveis de fiscalização sanitária serão apreendidos cautelarmente no local”.

Apesar de explicar como havia dietilenoglicol dentro da fábrica da Backer, que também está interditada, a hipótese não explica como as cervejas foram contaminadas, já que o produto químico – usado como anticongelante em sistemas de refrigeração – não precisa entrar em contato com a bebida.

Intoxicações

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais investiga a possível contaminação de 19 pessoas por dietilenoglicol, sendo que quatro delas morreram. Laudos de necropsia de uma das mortes confirmou a presença da substância química no organismo da vítima.