O Rio Grande do Sul tende a perder 20% da safra de milho e 9% de de soja, segundo estimativas encaminhadas, nesta terça-feira, pela Emater ao governador Eduardo Leite. Os dados devem subsidiar decisões que o governo venha a tomar e pedidos que venha a encaminhar a Brasília para minimizar efeitos da estiagem. O levantamento também se integra à lista de sugestões entregue por representantes da Famurs, Fetag e Farsul ao Executivo gaúcho.
Leite recebeu pessoalmente as reivindicações das entidades e se comprometeu com a pauta. “Tudo o que estiver ao alcance do governo do Estado, podem ter certeza que nós iremos trabalhar para mitigar os efeitos e, naquilo que for competência do governo federal, contem conosco”, declarou Leite, informando que já está fazendo os contatos necessários com o Ministério da Agricultura.
O diretor técnico da Emater, Alencar Paulo Rugeri, salientou que os cálculos foram feitos com base na previsão de safra da própria instituição. Em agosto, quando apresentou a estimativa para as culturas de verão, a Emater calculou colheita de 5,9 milhões de toneladas de milho e 19,7 milhões de toneladas de soja. “Nenhuma estiagem anterior teve tanta discrepância”, comparou Rugeri, para ressalvar que a análise da safra atual deve ser muito cautelosa. Isso porque os dados não refletem uma situação homogênea. Há casos em que, no mesmo município, um produtor perdeu tudo e outro nada em decorrência de fatores como chuvas isoladas ou do estágio de desenvolvimento da planta quando faltou água.
Rugeri observa que o cenário “não é bom”, mas também admite que “não é catastrófico”. Lembra ainda que a chuva da sexta-feira passada estagnou a progressão das perdas e que há previsão de novas precipitações nos próximos dias, o que pode tornar a avaliação das consequências da estiagem mais clara.