Diversos grupos de iranianos foram às ruas, neste sábado, em protestos contra o governo do Irã, logo após o anúncio oficial de que um míssil disparado pelas defesas antiaéreas do país derrubou o avião da Ukranian Airlines, na quarta-feira passada. As Forças Armadas do Irã dizem que o disparo ocorreu por engano.
A queda do avião nos arredores de Teerã, horas após o Irã atacar bases dos Estados Unidos no Iraque, provocou a morte de 176 pessoas, sendo 82 de nacionalidade iraniana.
Em vídeos publicados nas redes sociais, é possível ver grupos de dezenas e até centenas de iranianos em diferentes pontos de Teerã, especialmente em universidades, com palavras de ordem que pedem a renúncia do presidente Hassan Rohani e até a saída do país do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.
Manifestantes pedem fim do regime dos aiatolás
Em frente à Universidade Amir Khabir, os manifestantes, em maioria estudantes, pedem a “morte do regime” de Khamenei. A ONG que publica o vídeo no Twitter comenta na legenda que, há cinco anos, a população protesta contra o governo “por mentir e matar, contra a repressão e a corrupção”.
A jornalista Masih Alinejad registrou, também no Twitter, que as palavras de ordem contra o governo são “cada vez mais fortes”. “Comandante supremo, renuncie! Renuncie!”
Vários dos registros no Twitter mostraram a mobilização de um grande número de policiais anti-motim disparando gás lacrimogêneo em alguns dos pontos de aglomeração de manifestantes.
O Irã é governado por grupos político-religiosos desde 1979, quando a chamada Revolução Iraniana transformou o país em uma República Islâmica. O regime teocrático é composto pelo líder supremo, o aiatolá, e também um presidente, formalmente eleito, mas ligado à religião.