Após impeachment, novo prefeito de Caxias do Sul diz que “não pode perder tempo”

Até então vereador, Flávio Cassina vai comandar o executivo municipal até o dia 31 de dezembro

Vereador Flavio Cassina é o prefeito interino de Caxias do Sul | Foto: Fabiana de Lucena/Câmara Municipal
Vereador Flavio Cassina é o prefeito interino de Caxias do Sul | Foto: Fabiana de Lucena/Câmara Municipal

“Não podemos perder tempo”. Essa é a premissa de Flávio Cassina, do PTB, eleito ontem em votação indireta para comandar Caxias do Sul, na Serra, até 31 de dezembro. Ao lado do vice, Elói Frizzo (PSB), compôs a chapa única que concorreu para o mandato-tampão após o impeachment de Daniel Guerra (PRB). Cassina (que era presidente do legislativo durante o processo de impedimento) e Frizzo foram eleitos por 19 votos a três, no pleito que contou com os votos dos vereadores da cidade.

“Temos que nos agilizar agora, não dá tempo de aprender. Nós procuramos agora constituir um secretariado, na semana que vem já serão conduzidos os definitivos (aos postos), porque não podemos nos dar ao luxo de botar alguém que ainda vá aprender a trabalhar; precisamos de alguém calejado, que já saia trabalhando”, disse Cassina.

Além disso, garantiu que o momento não é de pensar em partidos políticos, e que essa é uma questão que fica para o futuro. “Por enquanto, nosso canal direto é com os vereadores, e tem muitas leis e muitos encaminhamentos que ainda precisam ser feitos, e não podemos perder tempo”, acrescentou. Questionado sobre as principais demandas do município, disse que aguarda a posição dos novos secretários, mas que “a saúde o transporte público” estão entre as prioridades da administração.

Sobre o curto período de mandato, garantiu que deve ser o último da vida pública da dupla eleita: “é um compromisso que nós temos de que não vamos concorrer (em outubro), vamos terminar o mandato e vamos encerrar a carreira. Eu já nem tinha mais a intenção de concorrer a nada, mas como surgiu a possibilidade de ajudar a cidade, vamos fazer isso”, finalizou.

“Questionam o porquê do prefeito eleito com tamanha votação (fez 48.501 votos no segundo turno, contra 87.996 votos do segundo colocado, do PDT) não pode cumprir seu mandato. Minha resposta é simples: o povo achou que tinha que tirar. Votou, apoiou, apostou todas as fichas, mas chegou num momento que por vários motivos achou que não devia mais.”, defendeu. “Houve oito pedidos de impeachment, um retirado antes. Alguma coisa tem que estar errada: não pode só uma pessoa estar certa e as outras erradas”, encerrou.

Sobre o processo, comparou o ex-prefeito com Al Capone: “ele cometeu vários crimes, mas foi pego porque não pagou impostos”, disse, alegando que de várias irregularidades, uma acabou sendo decisiva para o impedimento. “Aqui, acabou sendo pego por conjunto da obra”, asseverou.