A Câmara de Representantes dos Estados Unidos vota nesta quinta-feira uma resolução para limitar as ações militares do presidente do país, Donald Trump, contra o Irã.
A medida é uma reação da oposição democrata na Câmara, liderada pela congressista Nancy Pelosi, que questiona o fato de Trump não ter pedido autorização legislativa para ordenar o ataque que matou o general iraniano Qasem Soleimani, comandante da Força Quds, a divisão de elite da Guarda Revolucionária do Irã.
Informações insuficientes
A votação ocorre depois de uma reunião de representantes do alto escalão do governo para repassar a senadores e congressistas detalhes da operação contra o Irã. No entanto, para Pelosi, as explicações dadas pela Casa Branca foram “insuficientes”.
“A resolução reafirma a responsabilidade de supervisão (do Legislativo) ao exigir que, se não houver medidas tomadas por parte do Congresso, as hostilidades militares do governo em relação ao Irã cessem em 30 dias”, cita o texto do projeto que vai ser analisado amanhã.
Os democratas dizem que Trump aprovou a operação contra Soleimani sem notificar previamente os líderes do Congresso. O presidente, por outro lado, alega que informou o Legislativo dentro do limite de 48 horas exigido por lei. A notificação, no entanto, ocorreu por meio de um documento secreto, não tornado público pela Casa Branca.
Ameaças e mudança de tom
Depois de ameaçar atacar 52 locais no Irã em caso de retaliação islâmica à morte de Soleimani, Trump adotou um tom moderado após os mísseis lançados pelo país persa contra duas bases no Iraque que recebem tropas americanas, nessa terça-feira.
A resposta da Casa Branca à ação iraniana, que não deixou vítimas, segundo o governo americano, vai se dar por meio de novas sanções econômicas a Teerã.
“Os EUA imporão imediatamente sanções adicionais contra o regime iraniano. Essas sanções poderosas ficarão em vigor até que o Irã mude seu comportamento”, disse Trump em pronunciamento.
Depois dos ataques às bases iraquianas, Trump disse que parece que o Irã havia se “se acalmando”, uma postura considerada por ele como “boa para todas as partes interessadas” e “muito boa para o mundo”.