Chega a 50 número de mortos em funeral de Soleimani; enterro é adiado

Durante o tumulto cerca de 210 pessoas se feriram. Por enquanto, não há data para o sepultamento

Funeral de Soleimani. Foto: Reprodução Twitter Irã

Um enorme tumulto já deixou ao menos 50 mortos no meio da multidão que lotou as ruas da cidade natal do comandante militar iraniano assassinado Qassem Soleimani, durante o funeral, nesta terça-feira. O caso acarretou no adiamento do enterro, informou a mídia estatal.

As ruas de Kerman, no sudeste do Irã, foram tomadas por dezenas de milhares de pessoas para homenagear o general. A morte, durante um ataque de drone dos Estados Unidos no Iraque, na última sexta-feira, mergulhou a região em uma crise e provocou temores de um conflito mais amplo.

Uma autoridade iraniana de alto escalão disse que o Irã estuda vários opções para vingar o assassinato. Outras figuras graduadas disseram que o Irã vai repetir a escala da morte de Soleimani quando reagir, mas escolhendo hora e local.

De acordo com uma autoridade dos serviços de emergência à agência Fars, durante o tumulto de hoje, cerca de 210 pessoas se feriram. O enterro de Soleimani permanece adiado, não se sabe por quanto tempo.

O corpo de Soleimani, um herói nacional cuja morte uniu muitos iranianos, passou por diversas cidades do Irã antes de chegar em Kerman para o enterro.

Em cada lugar, um grande número de pessoas ocupou as vias públicas, bradando “morte à América” e chorando com emoção. O líder supremo, Ali Khamenei, chorou enquanto conduzia as orações em Teerã.

Soleimani, que era o comandante da Força Quds de elite, montou uma rede de forças apoiadas pelo Irã em todo o Oriente Médio. Ele era considerado uma figura central na orquestração da longa campanha iraniana para expulsar as forças dos EUA do Iraque.

Segundo a agência Fars, Ali Shamkhani, secretário do Supremo Conselho de Segurança Nacional, disse que o governo cogita 13 “cenários de vingança”. Mesmo a opção mais branda vai se mostrar “um pesadelo histórico para os americanos”, afirmou.

O Irã, cujo litoral corre ao longo de uma rota de transporte de petróleo do Golfo Pérsico incluindo o Estreito de Ormuz, reúne forças aliadas em todo o Oriente Médio por meio das quais pode agir. Representantes desses grupos, como o palestino Hamas e o libanês Hezbollah, compareceram ao funeral de Soleimani em Teerã.