“Nunca ameace a nação iraniana”, advertiu pelo Twitter, nesta segunda-feira, o presidente do Irã, Hassan Rohani, em resposta às declarações do presidente americano, Donald Trump, que ameaçou mirar em 52 alvos no país. “Aqueles que se referem ao número 52 deveriam se lembrar também do número 290. #IR655”, tuitou Rohani, em uma referência à tragédia do Airbus do voo 655 da Iran Air, abatido em julho de 1988 por um navio americano enquanto sobrevoava o Golfo, matando 290 pessoas.
Mais de 30 anos após o ataque, o Irã ainda aguarda um pedido de desculpas oficial dos Estados Unidos. A catástrofe ainda assombra a memória coletiva iraniana, bem como acontece com a tomada de reféns em 1979 na embaixada de Teerã – durante a qual 52 diplomatas foram mantidos em cativeiro por 444 dias – nos EUA.
Trump advertiu no sábado que Washington tinha identificado 52 locais do Irã que podem ser atacados “muito rapidamente e de forma muito dura” se a República Islâmica atacar equipes ou instituições dos Estados Unidos.
O presidente americano assinalou que esses alvos são “de muito alto nível e importantes para o Irã e a cultura iraniana. Os Estados Unidos não querem mais ameaças!”
Trump destacou o valor simbólico do número, ligando-o à crise dos reféns de 79. O mandatário americano passou a enviar mensagens ameaçadoras à República Islâmica desde a execução, na sexta-feira, do general iraniano Qassem Soleimani. Teerã prometeu “se vingar duramente” dessa morte, no momento oportuno, aparentemente em uma ação militar.
No domingo, Trump ainda ameaçou Teerã de “maiores represálias” no caso de um ataque iraniano contra as instalações americanas no Oriente Médio.