O domingo no Litoral Norte foi de muito sol, céu praticamente sem nuvens depois de um sábado muito nublado e com chuvas em alguns pontos isolados. A temperatura esteve amena, chegando aos 24 graus, e a água no primeiro momento, parecia gelada, mas quanto mais tempo o banhista permanecia nela, acostumando o corpo, ela ia ficando morna. O vento, no entanto, permaneceu forte como os dias anteriores.
O problema é que o mar estava agitado, com bandeira vermelha e em alguns pontos na beira da água, bandeira preta com a inscrição “Não entre, perigo de morte”, por causa das fortes correntes marítimas, que poderiam levar algum banhista para o fundo. Porém o aviso foi solenemente ignorado pelos veranistas, que lotaram a praia de Capão de Canoa. Quase não havia espaço para as pessoas colocarem suas cadeiras e guarda-sóis, pois a multidão aproveitando o domingo era imensa.
“Adoro entrar na água, mas hoje não vou entrar, em respeito ao mar e ao aviso”, garantiu Olindo Tramontina, de Canoas. “Aprendi desde sempre que as águas podem ser traiçoeiras”, ressaltou.
O medo e o respeito pelo mar, no entanto, não eram compartilhados pelo surfista Éder de Mattos Diogo, natural de Capão da Canoa. “O surfista não dá bola para estes avisos”, afirmou. “Quanto mais ondas e mar nervoso, melhor para a gente pegar onda”, contou ele.
A praia lotada não agradou, por sua vez, Márcia Noll, de Caxias do Sul, que chegou em Capão da Canoa no dia 26 de dezembro, e com previsão de retornar à Serra Gaúcha no dia 16. “Mas em fevereiro eu retorno”, revelou. “Estes dias aqui no litoral estão ótimos. Mas o problema é esta praia cheia de gente. Olha só, as pessoas ficam se batendo por causa da falta de espaço. Venho para cá há 30 anos, e o ambiente já foi melhor”, cooncluiu.