“Estamos arrecadando alimentos para professores”, revela presidente do Cpers

Sindicato garante que parte dos professores está tendo dificuldade para manter as necessidades básicas. Reunião sobre corte de ponto ocorre em 10 de janeiro

“Estamos arrecadando alimentos para doar a professores sem familiares próximos”. declarou hoje a presidente do Cpers, Helenir Schürer, durante o programa Direto ao Ponto, na Rádio Guaíba. A sindicalista se referia ao atraso de salários do funcionalismo público gaúcho, que completou 49 meses em dezembro. Após mais de quatro anos de parcelamentos, o sindicato garante que parte dos professores está tendo dificuldade para manter as necessidades básicas, como a alimentação.

Conforme Helenir, há muitos professores sem familiares, nem filhos por perto. “Para essas pessoas, estamos sim arrecadando doações já há algum tempo”. A categoria está em greve desde o dia 18 de novembro, e garante que não retorna às salas de aula antes de receber garantias por parte do governo sobre a compensação do corte de ponto. “Mesmo que a gente encerre a greve, alguns estão sem dinheiro até para pagar transporte até as escolas”, lamentou a presidente.

O governo cortou o ponto dos professores grevistas ainda em 22 de novembro. Atualmente essa suspensão de salário se estende a cerca de 17 mil servidores, com descontos em folha. Questionada sobre a afirmativa feita ontem pelo vice-governador Ranolfo Vieira Jr, de que o Cpers não atendeu aos convites do Piratini para diálogo, Helenir classificou como “inverdade”.

A professora reforçou que o sindicato sempre procurou o diálogo com o governo, mas não foi recebido. Agora, confirmou uma reunião para o dia 10 de janeiro, com a Secretaria de Educação, para decidir o futuro da greve. Parados há 43 dias, os professores prometem retornar apenas após o Estado voltar atrás no corte do ponto.

“Nós estávamos desde o dia 26 (de dezembro) tentando uma audiência, e só seremos recebidos dia 10. Os pais estão do nosso lado, eles entendem a situação. Parece que só o governo não percebe a importância das nossas reivindicações”, disse Helenir. Ela reforça que os dias perdidos serão recuperados (quando a greve começou, havia 25 dias letivos em aberto), e que quanto mais tempo demorar para um acordo, mais demorada vai ser a conclusão do ano letivo.

A produção da Rádio Guaíba entrou em contato com a Secretaria Estadual da Educação, mas ainda não recebeu retorno.