“Coisa absurda, cruel e lamentável”, lamenta Maroni após exonerar assessor flagrado com fogos ilegais em Viamão

Polêmica maior se deu pelo fato de o deputado ser contrário ao uso de artefatos, e também ser defensor da causa animal

O deputado estadual Rodrigo Maroni (Podemos) exonerou o assessor Ernesto Lopes, flagrado ontem comercializando fogos de artifício clandestinos em Viamão, na região Metropolitana. Questionado sobre as ações do servidor de gabinete, dada a proximidade que o cargo exige, Maroni comparou com as relações familiares: “você sabe tudo que sua mãe e seu pai fazem? Não. Então eu fiquei muito surpreso com o caso, mas ele foi imediatamente exonerado. Em qualquer outro gabinete, ele seria mantido”, declarou.

A polêmica maior se deu pelo fato de o deputado ser contrário à comercialização, legal ou ilegal, de fogos de artifício, e também ser defensor da causa animal. Além dos produtos irregulares, a polícia também encontrou animais em condições de maus tratos no local. “Uma coisa absurda, cruel, lamentável e vergonhosa como essa, é óbvio que o Ernesto seria demitido. Se fosse de qualquer outro partido, estaria mantido. Mas comigo, está demitido”, completou.

Sobre a situação dos animais, Maroni ponderou que o agora ex-assessor atua como protetor, e que muitas vezes essas pessoas recebem cães e gatos em situações precárias. “Qualquer protetor vai ter animais debilitados, feridos. Eles são recolhidos de situações de maus tratos, então é óbvio que pode haver casos em que eles ainda estejam em más condições”, ponderou. Entretanto, não deixou claro se esse era o caso do servidor exonerado.

Lopes foi flagrado vendendo o material em casa, no bairro Planalto, em Viamão, pela Polícia Civil e encaminhado à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). Conforme a titular da 2ª DP de Viamão, a delegada Jeiselaure de Souza, o assessor foi ouvido e liberado. “Foi lavrado um termo circunstanciado, mas a investigação continua, pois pretendemos apurar outros fatos”, explicou.

“Constatamos que uma criança foi exposta aos fogos. Tudo isso ainda vai ser investigado”, enfatizou a delegada. Segundo ela, Lopes confessou manter e comercializar os artefatos.