Governo reitera folha de pagamento com corte no ponto de 17 mil funcionários da rede estadual de educação

Secretário Faisal Karam também garantiu que os dias recuperados serão devidamente pagos após o período de recuperação

Regras do difícil acesso foram alteradas em reforma das carreiras aprovada em 2020 | Foto: Elias Eberhardt/Divulgação
Foto: Elias Eberhardt/Divulgação

Em reunião na Assembleia Legislativa na manhã desta segunda-feira, agendada pela Comissão de Educação do parlamento, presidida pela deputada Sofia Cavedon, o governo do Estado se comprometeu a realizar encontro com o comando de greve do Cpers ainda neste ano. “Esse foi o máximo de avanço que conseguimos”, disse Sofia ao programa Esfera Pública.

O governo já emitiu demonstrativo dos salários sem a previsão de pagamento dos dias que não foram trabalhados. Em audiência, nesta tarde, Cavedon pediu ao Ministério Público de Contas que interfira e faça mediação de diálogo para impedir o corte do ponto para professores e funcionários.

O sindicato que representa os professores aprovou, em assembleia geral, a decisão de que a paralisação só será suspensa mediante acordo assinado entre governo e categoria. O magistério aceita recuperar as aulas perdidas, desde que o Executivo não desconte os dias parados. “O governador ainda está irredutível. A gente fez uma proposta irrecusável. O Cpers e o governo sentam, o Cpers assume imediatamente a retomada dos dias e o governo retira o corte. Tem uma garantia de ambos os lados de que o ano letivo será honrado. Por que o governo vai penalizar os trabalhadores?”, questionou.

Corte no ponto

Também durante o Esfera Pública, o secretário da Educação, Faisal Karam, informou que 17.309 profissionais da área que estavam paralisados terão os descontos nas folhas de pagamento do mês de dezembro. Segundo Karam, o governo está levando em conta que há contratos com prefeituras para o transporte de alunos e que as alterações no calendário impactam em geração de custo complementar não previsto em janeiro. “A discussão hoje do governo é bastante clara. A prioridade é o aluno. Temos que encerrar este ano letivo e iniciar 2020. Não podemos iniciar o ano com pendências”, disse.

O secretário também garantiu que os dias recuperados serão devidamente pagos após o período de recuperação. “Estamos abertos a negociações. Em momento algum se disse em não se remunerar ou pagar o professor”, defendeu Karam. A greve do magistério chegou, nesta segunda-feira ao 36º dia.