A Câmara Municipal de Caxias do Sul aprovou, no final da manhã deste domingo, o impeachment do prefeito Daniel Guerra (Republicanos). Os vereadores acolheram três das quatro denúncias realizadas contra o chefe do Executivo. O ex-vice-prefeito, Ricardo Frabris de Abreu, foi o autor do pedido de cassação. O presidente da Câmara, Flavio Cassina (PTB), assume, interinamente, a Prefeitura.
Daniel Guerra foi considerado culpado por impedir a realização de dois eventos em áreas públicas de Caxias. Um deles foi a bênção dos freis capuchinhos na Praça Dante Alighieri, o outro foi a Parada Livre, impedida de acontecer na Rua Marquês do Herval, junto à praça. Além disso, o prefeito teria ignorado um parecer do Conselho Municipal de Saúde, que era contrário à gestão compartilhada, por meio da transformação do Pronto Atendimento 24 Horas em Unidade de Pronto Atendimento Central.
Nas redes sociais, Daniel Guerra criticou a decisão da Câmara. “Hoje se materializou o maior ataque à democracia. Buscaremos o que é de direito da população nos diversos remédios judiciais”, sustentou.
Votação e decisão
Quando do anúncio do afastamento de Guerra, por parte do vereador Flavio Cassina, os manifestantes aplaudiram a decisão e entoaram o grito de “Fora, Guerra”.
As três denúncias foram acatadas pelo placar de 18 votos a 4, com a abstenção do presidente da Câmara em todos os artigos. Para cassar Guerra, eram necessários 16 votos, representando 2/3 do legislativo municipal. A sessão que discutiu o impeachment do prefeito foi iniciada na manhã de sexta-feira (20). Mais de três mil páginas do processo foram lidas durante 41 horas.
Histórico
Daniel Antônio Guerra tem 47 anos e é natural de Panambi. Filiado ao Republicanos, antigo PRB, entrou na política a convite do então prefeito de Caxias do Sul, o ex-governador José Ivo Sartori. No governo do emedebista, foi secretário do turismo e, em 2008, eleito vereador pelo PSDB. Reeleito em 2012, Guerra foi expulso do partido um ano depois.
Já no PRB, Daniel Guerra decidiu disputar a Prefeitura de Caxias. Em 2016, o político foi eleito em segundo turno na disputa com Edson Nespolo (PDT). Guerra obteve 62,79% dos votos, contra 37,21% do adversário. Em 2018, o político já havia respondido a um processo de impeachment, mas a cassação foi negada pelos vereadores. Outros seis pedidos de cassação já haviam sido encaminhados ao legislativo municipal.
