A Câmara dos Estados Unidos aprovou, na noite desta quarta-feira, o pedido de impeachment contra o presidente Donald Trump. Agora, o afastamento do presidente vai ser decidido pelo Senado, para onde o processo segue e onde há maioria republicana, teoricamente a favor do atual governo.
O pedido de impeachment contra Trump refere-se a abuso de poder e obstrução do Congresso. O presidente norte-americano pediu investigação contra Hunter Biden ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Eram necessários 216 votos para a aprovação do impeachment. Ao final da sessão, foram contabilizados 230 favoráveis ao impeachment, e 197 contra.
Ainda não há data para a realização da votação no Senado. No entanto, a tendência é que aconteça no mês de janeiro. Trump é o terceiro presidente dos Estados Unidos a sofrer pedido de impeachment na história. Bill Clinton e Andrew Johnson foram absolvidos pelo Senado, e se mantiveram no cargo.
O Senado soma 100 congressistas, dos quais 53 republicanos, 45, democratas e dois, independentes. Para que Trump perca o mandato, é preciso que um terço dos senadores – 67 – vote a favor do impedimento.
O relatório final sobre o impeachment de Trump sustenta que o presidente “traiu o cargo” ao pressionar a Ucrânia para investigar adversários políticos em benefício próprio e que os supostos crimes praticados pelo presidente põem “o país em risco”. No discurso que abriu a votação, o presidente da Comissão de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, disse que Trump “sacrificou a segurança nacional em um esforço para trapacear nas próximas eleições”, o que justifica a impugnação.
Segundo a deputada democrata Carolyn Maloney, de Nova York, as acusações contra Trump “são piores do que aquelas contra Nixon”, presidente que chegou a ser acusado, mas renunciou antes de o processo ser votado pela Câmara, em 1974. O deputado republicano Barry Loudermilk, da Georgia, chocou diversos colegas ao comparar o inquérito do impeachment ao julgamento de Jesus, dizendo que Cristo teve mais direitos antes da crucificação do que Trump, agora.