Servidores manterão greves e protestos após suspensão temporária de votação de pacote

Praça da Matriz voltou a ser ocupada à tarde, mesmo com a decisão judicial que barrou a votação do PLC 503/19

Foto: Alina Souza/CP

Milhares de servidores voltaram a se reunir na Praça da Matriz, nesta terça-feira, para fazer pressão sobre as bancadas da Assembleia Legislativa em busca do impedimento da votação do projeto de Lei Complementar (PLC) 503/19.

Por volta das 16h, a notícia de que o desembargador Rui Portanova concedeu uma liminar barrando temporariamente a votação, prevista para hoje, chegou aos servidores. A comemoração foi grande junto à deputada Luciana Genro (PSol), que acionou a justiça. A Procuradoria da Assembleia afirmou que vai recorrer da liminar.

Mesmo após a decisão acatada e as votações encerradas pelo plenário, os manifestantes permaneceram na Praça da Matriz e na esplanada em frente ao Teatro Dante Barone, onde aguardaram a saída dos líderes do Parlamento para decidir as próximas ações. No período em que os deputados discutiam o pacote de Eduardo Leite no plenário, do lado de fora os servidores organizaram atos simbólicos, como “enterros” do serviço público, e ocuparam o microfone para falar sobre o impacto das medidas de ajuste.

Manifestações dentro da Assembleia

Mais cedo, por volta das 10h, uma comissão liderada pela presidente do Cpers entrou na Assembleia com o intuito de assistir a reunião dos líderes da base do governo com os secretários estaduais, mas foram impedidos de acessar o encontro.

Dentro da Assembleia, houve apitaço e gritos de protesto para chamar a atenção dos parlamentares. Enquanto isso, uma assembleia unificada de servidores definia pela manutenção da greve. Mais de mil pessoas, vindas de várias regiões do Estado, participaram da reunião, que deliberou manter a assembleia geral unificada aberta até uma nova convocação.

Estiveram na Praça trabalhadores vinculados ao Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Poder Executivo do RS (Sintergs), Sindicato dos Servidores Públicos do RS (Sindsepe) e Sindicato dos Servidores da Caixa Econômica do RS (Sindicaixa) se uniram a outras entidades.

Divididos em tendas, lado a lado, os sindicatos se mobilizaram com representações que vinham, inclusive, de cidades do Interior gaúcho. Os professores eram maioria, seguidos de servidores da segurança pública.

O Sindicato dos Agentes da Polícia Civil do RS (Ugeirm) marcou presença e o Fórum Permanente dos Militares Estaduais uniu bombeiros e PMs.

Os manifestantes que marcharam de dois pontos da cidade (sede do Cpers e prédio do Ipergs) a partir das 10h, dispersaram após sete horas de ato.