Escrivães e investigadores da Polícia Civil já fazem greve no Rio Grande do Sul

Sindicato da categoria conversa com parlamentares para tentar retirar apoio a votação do pacote do governo a partir desta terça-feira

Foto: Guilherme Almeida/CP

A greve dos policiais civis começou, nesta segunda-feira, em todo o Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, a Ugeirm Sindicato montou o tradicional acampamento na calçada do Palácio da Polícia, no cruzamento entre as avenidas João Pessoa e Ipiranga. Durante a manhã, o presidente da entidade, Isaac Ortiz, percorreu os gabinetes dos deputados estaduais na Assembleia Legislativa para explicar os prejuízos do pacote do governo para a categoria e toda a área da segurança pública.

Ortiz garantiu o atendimento à população nos casos mais graves, como homicídios, latrocínios, feminicídios, Lei Maria da Penha com pedido de medidas protetivas, crianças vítimas, estupros e prisões em flagrante. “O que está sendo prejudicado são as operações, o planejamento das ações, o cumprimento de mandados judiciais e os serviços cartorários”, esclareceu.

Diligências e investigações, confecção de inquéritos e termos circunstanciados, além da circulação de viaturas, foram suspensas em função da greve. “Nenhum criminoso vai deixar de ir para a cadeia se for necessário”, garantiu.

O líder sindical citou que as medidas do pacote do governo Leite atingem direitos dos policiais civis, desestimulando a carreira, como o aumento das alíquotas previdenciárias para servidores da ativa e inativa e alterações em promoções e pensões. “Sem falar que os salários estão atrasados há mais de quatro anos”, observou.

“A economia que o governo quer fazer é tirar do servidor público. Essa economia não atinge os privilégios e as isenções tributárias de vários setores. O governo quer economizar em cima dos servidores. Esta é nossa indignação”, declarou o dirigente. Isaac Ortiz disse que, nesta terça-feira, as categorias da área da segurança pública estarão concentradas na Praça da Matriz, em frente da Assembleia Legislativa, no Centro de Porto Alegre. “Vamos botar o bloco na rua”, assegurou.