Professores se dizem insatisfeitos com mudanças em projeto e mantêm greve

Na avaliação do CPERS, aumento no subsídio será pago com o corte de vantagens temporais de professores.

Presidente do CPERS e comando de greve explicaram posicionamento da categoria diante das mudanças anunciadas pelo governo | Foto: Gustavo Chagas/Rádio Guaíba
Presidente do CPERS e comando de greve explicaram posicionamento da categoria diante das mudanças anunciadas pelo governo | Foto: Gustavo Chagas/Rádio Guaíba

O CPERS Sindicato comentou as mudanças propostas pelo governo do Estado no projeto de lei que altera o plano de carreira do magistério. O projeto original do Piratini previa salários que variavam entre R$ 2.557,80 a R$ 3.887,30. Agora, o Executivo prevê aumentos gradativos até 2022. No último ano, os salários dos professores devem variar entre R$ 3.064,52 e R$ 5.359,99.

De acordo com o comando de greve da categoria, o governo segue retirando valores das vantagens temporais, que serão cortadas, para incorporar ao subsídio como aumento. Na avaliação do magistério, a medida não representa um aumento efetivo nos salários. A presidente do CPERS, Helenir Schürer, garantiu que os professores seguem paralisados. “Se o governo não apresentar algum projeto que realmente coloque dinheiro no nosso contracheque e não utilize aquele que já está dentro, não tem como nós podermos fazer qualquer concessão”, afirmou.

Retirada do projeto

Os professores reafirmaram o pedido de retirada do projeto da pauta da Assembleia Legislativa. Os textos tramitam em regime de urgência e devem ser votados até a próxima semana. Caso o governo não recue neste ponto, a categoria considera que a retirada da urgência já seria um avanço.

“Está na mão do governador retirar o 62”, afirmou em referência ao artigo que determina o trâmite emergencial de projetos. “Retirar o 62 é o primeiro passo para demonstrar que respeita esta categoria e nos dar o tempo de discutirmos com a nossa base essa nova proposta”, avaliou Schürer.

Recuperação de aulas

O CPERS ainda afirmou que os professores vão repor as aulas atrasadas caso o governo negocie com a categoria. O sindicato colocou como condição o fim do corte de ponto dos dias parados. “Como sempre fizemos, recuperaremos”, explicou Schürer. “Se o governo continuar nesta questão do corte de salários, vai ter que responder para as famílias dos alunos quem dará aula para fechar o ano letivo, nós é que não seremos”, sustentou.

A própria presidente do CPERS expôs os valores de seu contracheque para exemplificar as mudanças. Helenir Schürer afirmou que recebe R$ 1.795 mensais e que, em 2022, com os reajustes, ganharia R$ 66 a mais.