Em mais um capítulo da crise do PSL, o partido decidiu, nesta quinta-feira, expulsar a deputada Bia Kicis (PSL-DF). Em uma notificação assinada pelo presidente do partido Luciano Bivar (PE), a qual a reportagem do jornal O Estado de S.Paulo teve acesso, a sigla alega ” grave infração ética” e ” infidelidade partidária” como motivos para a punição. Procurada, a deputada disse ainda não ter sido notificada.
“É notório que a deputada em questão vem realizando campanha em favor do partido em formação denominado ‘Aliança’ e para tanto desacreditando a agremiação à qual pertence atualmente e contraindicando a permanência de filiados e novas filiações”, cita Bivar no documento.
Kicis é ligada ao presidente Jair Bolsonaro e integra a ala do partido denominada “bolsonarista”. Na terça-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acatou a suspensão de 14 parlamentares do PSL – todos do grupo “bolsonarista”. Com isso, os oponentes, ligados a Bivar, ficaram com maioria na Câmara para elegerem a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) como líder, derrubando do posto Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). No entanto, essas suspensões foram revogadas hoje por Maia, a partir de uma decisão judicial.
Ontem, ao conceder a primeira entrevista como líder, Joice mandou um recado para Kicis. “A deputada Bia Kicis precisa decidir se fica ou não no partido porque ela é a única com prerrogativa de sair do PSL. Pode sair imediatamente sem perder o mandato porque ela foi eleita pelo PRP, legenda que não existe mais”, afirmou Joice, ontem, ao responder sobre a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da qual Bia é a vice-presidente e Felipe Francischini (PSL-PR) o presidente.