Chefe da Polícia Civil confirma corte de ponto caso agentes entrem em greve a partir de segunda-feira

Conforme Nadine Anflôr, decisão do STF de 2017 trata da impossibilidade da categoria de paralisar atividades

Foto: Paulo Roberto Tavares / Especial / CP

A chefe da Polícia Civil gaúcha, delegada Nadine Anflôr, afirmou hoje que os policiais civis não podem fazer greve e que se a categoria decidir parar a partir da próxima semana, haverá corte de ponto. Durante manifestação na tarde de ontem, servidores ligados ao Sindicato dos Agentes de Polícia do RS (Ugeirm) decidiram deflagrar greve a partir de segunda-feira contra o pacote apresentado pelo governador Eduardo Leite, que reestrutura carreiras e a previdência do funcionalismo público. A declaração da chefe de Polícia ocorreu durante a cerimônia de reinauguração da 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA).

Conforme a delegada, há uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2017 que trata da impossibilidade da categoria paralisar atividades. Nadine garante que têm trabalhado usando o diálogo com os policiais para que não haja nenhum desrespeito com o governo estadual e, principalmente, com o governador (em alusão aos bonecos utilizados pelos policiais civis durante a manifestação).

Em abril de 2017, o STF reafirmou o entendimento de que é inconstitucional o exercício do direito à greve pelos policias civis e demais servidores que atuam diretamente na área de segurança pública. Ou seja, a categoria faz parte de “carreira diferenciada”, o que significa que fica impossibilitada de realizar paralisações nos serviços.

Greve

Em votação unânime, os servidores da Polícia Civil ligados à Ugeirm Sindicato decidiram pela deflagração de greve na tarde desta terça-feira. A previsão é de que os funcionários paralisem as atividades a partir do momento em que o pacote de urgência do Executivo seja analisado na Assembleia Legislativa, o que pode ocorrer a partir de terça-feira da semana que vem.Conforme o sindicato, deve ser mantido efetivo de 30% para atendimento de ocorrências graves, como quando envolvem crianças, idosos e mulheres. Ocorrências simples podem ser feitas pela internet no serviço Delegacia Online.

Reinauguração 2ª DPPA

Foi reinaugurada, na manhã de hoje, a 2ª DPPA da Capital, localizada no Palácio da Polícia, na Avenida Ipiranga. Dentre as mudanças, há uma reformulação do atendimento. Diferente do que ocorreria anteriormente, os agentes de segurança pública e a população em geral agora serão atendidos em locais distintos, com portas de entrada diferentes.

Há, a partir de agora, um saguão e guichês específicos para o registro de ocorrências policiais, fazendo com que haja mais privacidade para a população e um saguão e cartórios para prisões em flagrante e outras demandas dos agentes.

A obra custou R$ 210 mil e durou três meses. Conforme Nadine, mais importante do que a mudança externa, é a mudança no acolhimento para o atendimento. De acordo com ela, a partir da novidade, o sistema será mais acolhedor com a população.