Após protesto dos cobradores de ônibus, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB) assegurou, na tarde de hoje, que nenhum trabalhador vai ser demitido caso seja aprovada, na Câmara, a proposta encaminhada pelo Executivo que prevê a retirada gradual dos trabalhadores dos coletivos de Porto Alegre. Pela manhã, um grupo de rodoviários protestou contra o projeto bloqueando corredores e avenidas da cidade.
Conforme a Prefeitura, a intenção é rever de forma escalonada a atuação de cobradores, primeiro nas linhas cuja viagem tenha se iniciado entre 22h e 4h, além dos domingos, feriados e dias de passe livre. “O projeto que está na Câmara de Vereadores não tira um emprego sequer, ele apenas tira uma obrigatoriedade de se ter um cobrador para cada motorista. É importante frisar: o projeto de lei não retira um emprego de cobrador. Ele só avança um pouquinho, naquilo que outras cidades já avançaram muito para garantir a sustentabilidade do transporte público”.
O prefeito também reforçou que a presença do cobrador não é exigida em 28 cidades do país, como Belo Horizonte, Fortaleza e Aracaju. “Isso não existe mais, em nenhum lugar do mundo. Todas as cidades estão buscando alternativas”, menciona.
Marchzan também criticou o protesto dos rodoviários, que impactou diretamente na população, que necessita se locomover, de forma mais econômica. Para inibir, futuras paralisações, o prefeito garante contar com o apoio da Brigada Militar.
“A gente lamenta que o interesse privado, da diretoria do sindicato (rodoviários), tenha atrapalhando tanto a vida dos porto-alegrenses, principalmente, daqueles que dependem do transporte público. A gente pediu para a Brigada Militar, que não permita mais nenhuma paralisação do transporte coletivo, que transporta meio milhão de porto-alegrenses, por dia”, criticou.
Conforme os articuladores do governo na Câmara Municipal, a tendência é de que o projeto possa começar a ser discutido na quarta-feira para ser votado na próxima semana. A retirada escalonada dos cobradores vale para todas as empresas, tanto para a estatal Carris, quanto as prestadoras privadas do serviço.
O texto também estabelece que, entre 22h e 4h, o pagamento da tarifa seja feito exclusivamente por meio de cartão do Sistema de Bilhetagem Eletrônica, cartão de débito, cartão de crédito ou outras formas eletrônicas de pagamento. O não uso de dinheiro visa, segundo a Prefeitura, a segurança dos passageiros e do motorista.