Após agressão a repórter da Rádio Guaíba, MP vai se reunir com Inter para discutir segurança

Quatro homens empurraram jornalista, que fazia vídeo com celular, e quebraram vidros de carro da emissora

Foto: Reprodução

O promotor do Torcedor do Ministério Público, Rodrigo Brandalise, lamentou a agressão sofrida pela repórter Laura Gross após o jogo entre Inter e Atlético Mineiro, no Beira-Rio, nesse domingo. Em entrevista à Rádio Guaíba, na manhã de hoje, ele defendeu que a situação requer a adoção de medidas, com mais rigor. “O que se escancarou ontem é que, além do crime, existem medidas que precisam ser feitas no estádio. Os fatos de ontem, como eles se apresentam agora, exigem medidas mais rigorosas. É interesse do Ministério Público diminuir estes problemas. Mas não podemos fazer tudo sozinhos, precisamos da ajuda dos clubes”, comentou.

No próximo dia 18, o órgão se reúne com o Inter sobre possibilidade de reposicionamento da torcida. “Precisamos caminhar e evoluir por questões de segurança. Isso diz respeito, também, ao entorno do estádio. Nos preocupa muito o que aconteceu ontem, independentemente de serem de organizadas ou não. Isso afetou uma profissional no exercício do seu trabalho, que foi a Laura Gross. Nada demonstrou, no ambiente do estádio, que isso tudo poderia acontecer”, concluiu.

A repórter filmou, com o celular, uma briga entre torcedores, com dois deles já desacordados, conforme vídeo entregue à Polícia Civil. Quando perceberam que a repórter fazia o registro do confronto, quatro torcedores a empurraram, a agrediram e quebraram vidros do carro da emissora.

A Associação Dos Cronistas Esportivos Gaúchos (ACEG) emitiu nesta segunda-feira uma nota de repúdio à agressão sofrida. “Episódio como esses são um grande absurdo. Jornalistas, no exercício de sua profissão, não podem ser cercados e, muito menos, agredidos”, cita o texto da entidade.

A ACEG relata que vai buscar junto à promotoria do Torcedor do Ministério Público e do Inter que os agressores sejam identificados e recebam punição. “Vamos lutar para que atos como esse não tornem a ocorrer e os jornalistas possam atuar com liberdade e segurança de que necessitam para bem realizar o seu trabalho”.