A privacidade sempre foi um assunto controverso. Inclusive, muitas pessoas aumentam a segurança de sua casa ou local para ter intimidade, protegendo-a com desconfiança. Atualmente, muitos países começaram a desenvolver sistemas de vigilância com Inteligência Artificial para controlar e registrar toda nossa vida cotidiana.
Por esse motivo, pode-se dizer que a privacidade dos cidadãos se perde progressivamente, graças aos mecanismos de controle implementados pelos governos e os interesses das grandes corporações multinacionais. O exemplo mais evidente deste caso é a China, onde está em curso um sistema de crédito social que utiliza um sistema de pontuação para avaliar as ações públicas dos cidadãos.
A medição é aplicada de acordo com comportamento, comprometimento, responsabilidade e estabilidade financeira. Portanto, um cidadão com baixa pontuação não pode ter acesso a financiamento para adquirir uma casa e é proibido de entrar em um avião por um longo tempo.
Essas são algumas das sanções incorporadas ao sistema de crédito social da China. A maioria dos países está acompanhando esse projeto de perto e está atenta ao sucesso desse sistema no futuro.
Privacidade em Perigo e Sistema de pontos
A ideia é aplicá-lo em suas nações uma vez que os resultados se materializem na nação asiática. Para ninguém é segredo que o sistema de crédito social pode pôr em risco a privacidade das pessoas.
Como estratégia para a avaliação do cidadão através do sistema de pontos se tomam em conta delitos sociais, como fumar em lugares proibidos, atrasos no pagamento de faturas, criar problemas no transporte público, publicar e divulgar dados falsos através dos meios de comunicação social e das redes sociais.
Qualquer pessoa que tenha dívidas à justiça e dívidas econômicas muito elevadas pode ter sanções ou ser afetado, de uma forma ou de outra, por esta medida. A pontuação começa com um total de 100 pontos, mas à medida que você incorrer em comportamentos negativos você vai perder pontos. Por cada ponto perdido irá perder crédito social, até chegar a 0.
Ao perder todos os pontos a pessoa passa a uma lista negra que o privará de desfrutar dos benefícios e liberdades existentes no país. Mas nem tudo é tão ruim quanto parece, os cidadãos que têm os melhores comportamentos e uma pontuação elevada poderão ter acesso a bônus, e somar até 200 pontos.
Os trabalhos voluntários também somam pontos, por exemplo, a coleta de lixo, entre outras atividades de benefício comum. Na cidade de Suzhou se pode ter um adicional de 6 pontos só com doar sangue, outro dos privilégios para os habitantes com um crédito alto é que têm a possibilidade de fazer esporte em ginásios gratuitos, reduções nas tarifas de transporte público, e entrada direta no sistema hospitalar.
O sistema de crédito social da China tem muitos adversários e detratores, pois é baseado em Inteligência artificial e um algoritmo que determina a pontuação ou crédito da pessoa. Utiliza o Big Data, que recolhe todo o perfil da pessoa utilizando sistemas informáticos de indagação e câmaras com reconhecimento facial que podem identificar a alta distância, inclusive podem filmar um pedestre a atravessar a rua.
Mecanismo de controle
O governo chinês afirma que o fim do sistema de crédito social é beneficiar os cidadãos que são de confiança e restringir os movimentos e as operações de indivíduos com comportamentos reprováveis.
Se esta é a explicação dada às pessoas, então o objetivo é aumentar o controle e, portanto, o Estado terá o poder de controlar seus cidadãos com um instrumento legal e meios tecnológicos para sua execução.
Muitos pensaram que este sistema era um conto de ficção muito parecido ao livro “1984” de George Orwell onde se descreve um grande irmão controlador e visor com o poder de julgar, só que na realidade foi implementado do ponto de vista macro.
Levar a cabo em todo o país esta proposta estabelecida por uma potência mundial que deixa milhões de pessoas sem qualquer controle da sua privacidade pode ser para muitos um motivo de preocupação.
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