Negada soltura de homem acusado de atacar vítimas com ácido em Porto Alegre

Desembargador afirmou que fatos narrados sobre a conduta do acusado sugerem nível elevado de periculosidade

Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação

A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negou hoje um pedido de soltura de Wanderlei da Silva Camargo Junior, preso preventivamente pela acusação de ter jogado ácido em cinco mulheres que sequer conhecia, em junho, na zona Sul de Porto Alegre. prática, O empresário responde pelos crimes de lesão corporal, furto simples, ameaça e adulteração de sinal identificador de veículo.

O relator do acórdão, desembargador Aristides Pedroso de Albuquerque Neto, considerou que o decreto de prisão preventiva se baseia em fatos concretos para justificar a necessidade de que Camargo Junior siga detido, em nome da garantia da ordem pública.

O desembargador ainda lembrou que o Ministério Público já ofereceu denúncia, já recebida pela juíza Carla Fernanda De Cesaro Haass, da 11ª Vara Criminal do Foro da Comarca de Porto Alegre.

Albuquerque afirmou que os fatos narrados sobre a conduta do acusado sugerem nível elevado de periculosidade. Ainda de acordo com o magistrado, o conjunto de provas mostra que Camargo agiu de forma premeditada e sem motivação aparente, causando nas vítimas lesões graves.

Relembre

Preso em 7 de outubro do ano passado em Curitiba, onde vivia, Camargo confessou que os crimes foram cometidos para assustar a ex-esposa, que reside e trabalha na zona Sul de Porto Alegre. A intenção era convencer a mulher a se mudar para o Paraná e retomar o relacionamento amoroso.

Segundo as investigações, entre 10 e 21 de junho, na rua São Lázaro, em Sapucaia do Sul, Camargo Júnior furtou um par de placas de um veículo estacionado. Em seguida, retornou a Porto Alegre e colocou-as em um automóvel alugado com o objetivo de encobrir a autoria dos crimes.

A primeira vítima sofreu o ataque na noite de 19 de junho, no bairro Nonoai. De bicicleta, ele abordou a mulher com uma garrafa pet em mãos. Na sequência, dirigiu-se a ela dizendo “olha a água” e arremessando o ácido. O líquido atingiu a vítima no rosto, pescoço e ombro.

No do dia 21, o denunciado passou a utilizar o automóvel alugado para provocar as lesões em outras quatro pedestres. Já no dia 25 de junho, ameaçou por escrito outra vítima, com um bilhete jogado para dentro do pátio dela, junto com uma pedra. A intenção, segundo o próprio denunciado, era gerar na ex-esposa a sensação de que Porto Alegre é uma cidade insegura, a partir das notícias veiculadas na imprensa sobre os ataques.