O juiz federal substituto Emanuel José Matias Guerra, da 18ª Vara Federal de Sobral, suspendeu o ato de nomeação do presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, alvo de críticas por declarações contrárias ao movimento negro em redes sociais, antes de ser indicado ao cargo.
O magistrado atende, com isso, um pedido em ação civil pública contra a União, que questionou os critérios de nomeação do jornalista ao cargo. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
O novo presidente da Fundação Palmares escreveu que a escravidão havia sido “benéfica para os descendentes”. Também defendeu a extinção do feriado da Consciência Negra e atacou personalidades como a ex-vereadora do Rio Marielle Franco e a atriz Taís Araújo.
A nomeação integra pacote de mudanças promovidas pelo novo secretário especial da Cultura, Roberto Alvim. O presidente Jair Bolsonaro afirmou ter dado carta branca ao secretário e disse que a cultura precisa estar “de acordo com a maioria da população”.
No Facebook, o jornalista e novo presidente da Fundação afirmou que no Brasil há um “racismo nutella”. “Racismo real existe nos EUA. A negrada [sic] daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda”, escreveu. Em outra publicação, Camargo defende o fim do feriado do Dia da Consciência Negra, lembrado todo dia 20 de novembro. “O Dia da Consciência Negra é uma vergonha e precisa ser combatido incansavelmente até que perca a pouca relevância e desareça do calendário”, declarou.
Nas redes sociais, o presidente da Fundação Palmares também se declara “negro de direita, contrário ao vitimismo e ao politicamente correto”.