Vetado, plantio de maconha deve voltar à pauta, projeta presidente da Anvisa

Sobre críticas que vem recebendo de ministros do governo, André Dib rebateu dizendo que não é papel da Anvisa fazer política, mas ciência

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Depois de aprovar, por unanimidade, a fabricação e venda de medicamentos a base de maconha no País, a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu vetar o plantio da erva em território nacional para fins científicos e medicinais, na tarde desta terça-feira. O único voto favorável ao plantio partiu do presidente da Agência, André Dib. Três diretores votaram contra o cultivo. Para Dib, porém, o debate não se esgotou e deve voltar à pauta.

Por enquanto, as empresas que se instalarem no Brasil para vender medicamentos a base de cannabis precisarão importar os insumos para fabricar. Essas empresas também poderão importar os produtos prontos, já com as bulas traduzidas para o português.

Apesar da não aprovação do plantio, Dib disse que hoje é um “dia muito importante. Temos muito o que comemorar aqui dentro da Agência”, afirmou ele, que continuou: “O Brasil vai continuar sendo dependente de insumos. O objetivo de regulamentar o plantio era fazer plantio seguro, de qualidade e eficaz”, declarou, em informações publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Para o dirigente, o tema não vai sair da pauta. “O importante hoje é comemorar que as pessoas vão ter acesso. A classe médica vai poder receitar, o cliente vai poder comprar, e a Anvisa vai poder fiscalizar. Isso é um grande feito.”

O presidente da Anvisa afirmou ainda que, a partir do início do próximo ano, os remédios a base de maconha já devem estar disponíveis nas farmácias do País. Atualmente apenas um medicamento a base de maconha pode ser comercializado no Brasil.

Sobre críticas que vem recebendo de ministros do governo, Dib rebateu dizendo que não é papel da Anvisa fazer política, mas ciência.

“Eu não defendo governo. Não protejo governo. Vim aqui defender a saúde da população. A Anvisa, sob minha direção ou não, tem que fazer ciência. Não quer fazer proselitismo político”, disse, ainda conforme o Estadão.