PF investiga mais um envolvido em suposto ataque contra Bolsonaro

Corporação não divulgou a identidade do segundo suspeito e não informou qual pode ter sido a participação dele no caso

Foto: Marcos Corrêa / PR / CP Memória

A Polícia Federal em Varginha, cidade que fica a 320 km de Belo Horizonte, investiga o envolvimento de mais uma pessoa em um suposto plano de atentado contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL).

O principal investigado, Pedro Venício Ferreira, de 25 anos, foi detido por suposto crime contra a segurança nacional. A prisão ocorreu em Três Corações, a 300 km da capital mineira, na última sexta-feira, na mesma data em que Bolsonaro visitou a cidade para participar da formatura de militares do Exército. Ele publicou fotos em uma rede social.

Em uma das imagens, o jovem aparece dentro do quartel do Exército e coloca a a frase: “inicia-se aqui a sequência de histórias onde estou infiltrado na toca do lobo, melhor dizendo, Exército brasileiro” (sic). Em outra gravação, o homem aparece lixando uma escova de dentes e coloca os dizeres: “preparando minha faca para o Bolsonaro e aqui era a regra da rua'” (sic).

O jovem era faxineiro terceirizado na Escola de Sargentos das Armas (Esa), onde aconteceu a cerimônia.

Nesse domingo, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão nas cidades de Três Corações e Alfenas. Os alvos da ação foram as casas de Ferreira e de uma segunda pessoa que pode ter envolvimento com o caso.

A corporação não divulgou a identidade do segundo suspeito e não informou qual pode ter sido a participação dele no caso. Contudo, esclareceu que ele prestou depoimento antes de ser liberado. Os peritos que estiveram nos imóveis também recolheram materiais que ajudarão na investigação.

Detalhes da investigação

De acordo com João Carlos Girotto, delegado da Polícia Federal e responsável pelo caso, Pedro Ferreira era contratado pela empresa de limpeza apenas para reforçar a equipe que atendia o evento com a participação do chefe de Governo. Na quinta-feira, um dia antes da cerimônia, Ferreira foi ao quartel para iniciar as atividades.

“O fato de ele estar circulando na área onde o presidente estaria subsequentemente e ter exteriorizado a vontade de atentar contra Bolsonaro por meio de postagens sequenciais são os fatos que mais chamam atenção da Polícia Federal”, disse Girotto.

Ferreira prestou depoimento e também foi liberado por não haver caracterização de flagrante e delito. Em contrapartida, a Justiça estabeleceu uma série de medidas para substituir a prisão, como não fazer contato virtual com o presidente da República, ter que avisar sobre eventual saída da cidade e ter o passaporte recolhido.

Depoimento

Em depoimento, o jovem negou a intenção de promover um ataque e disse à Polícia Militar que as publicações foram “ironias” feitas por não concordar com o posicionamento político de Bolsonaro. Girotto destaca que a motivação das mensagens ainda é investigada.

“A PF vai confrontar o contexto amplo da situação. Ele [o suspeito] demonstrou a vontade de atentar contra o presidente. Agora, a polícia busca atestar o grau de verossimilhança da postagem”, completou.

Conforme apurado pelo R7, Ferreira também trabalha como tatuador e nunca teve antecedentes. A reportagem não localizou a defesa do suspeito.

Procurada, a Gerência de Segurança Institucional (GSI) do Planalto disse que não vai comentar o caso.